O lixo que se acumula na avenida Tereza Cristina, altura da Vila São Paulo, limite de Belo Horizonte e Contagem, coloca em evidência o impasse entre as duas prefeituras em relação ao trecho da via. Dois dias após a chuva, na manhã desta terça-feira (21), móveis destruídos, camas, roupas e outros materiais estão espalhados e interditam a avenida em apenas um dos sentidos. Segundo moradores, a área ainda com lixo pertence a Contagem. 

O carregador Gilberto Lúcio Silva dos Reis, de 31 anos, perdeu tudo com o temporal do último domingo (19).

"Não tenho nada em casa. Minha filha de 5 anos foi para casa da minha sogra e eu passei a noite em uma escola aqui perto. Moro do lado que pertence a Contagem e aqui está tudo sujo. Do outro lado, a Prefeitura de Belo Horizonte limpou ontem", explicou. 

Com o trânsito fechado, a partir do cruzamento com a avenida Presidente Castelo Branco, no sentido Barreiro, veículos maiores são impedidos de passar. Já motociclistas se arriscam no meio da lama e também subindo na calçada. 

"O medo é de pegar alguma doença aqui. Trato passando de um lado para o outro", contou Gilberto. 

Algumas pessoas vasculham o lixo em busca de algum matéria que possa ser reaproveitado. 

Do lado contrário, que seria de responsabilidade da prefeitura da capital, o asfalto e as calçadas estão limpas. 

Nessa segunda-feira (20), os dois municípios afirmaram que vão decretar situação de emergência.

Retirada de entulho e recapeamento

Nesta manhã, funcionários da Prefeitura de Belo Horizonte retiram os entulhos na avenida Tereza Cristina, altura do bairro Vista Alegre, região Oeste da capital, sentido Barreiro, para que possam, posteriormente, realizar o recapeamento da via. Tratores e caminhões são usados no trabalho. Ao todo, já foram retiradas cerca de 146 toneladas de lixo da avenida. 

Leia na íntegra a nota da PBH:

A Prefeitura informa, por meio da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), que neste momento, os esforços estão concentrados no trabalho de limpeza e desobstrução da avenida Teresa Cristina com foco na mobilidade urbana. Uma equipe técnica já esteve no local fazendo o levantamento dos danos causados à pavimentação da via e está concluindo as estimativas de custos.

A Sudecap esclarece que o restabelecimento do novo pavimento está condicionado a um período de estiagem, visto que o material de base necessita de um tempo para sua compactação ideal, o que garante a sua durabilidade. 

A Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) esclarece ainda que retirou ontem, dia 20, cerca de 146 toneladas de lixo da avenida Teresa Cristina. A maioria dos resíduos retirados foi constituída de capim, barro e restos de móveis. A mão de obra utilizada na limpeza foi de 150 pessoas. Foram usados ainda 26 caminhões, três caminhões-pipa e uma máquina pá-carregadeira. Foram gastos ainda 68 mil litros de água.

Já a BHTrans esclarece que sinalizou os trechos de interdições e que ainda possuem placas de asfalto soltas. Agentes monitoram as vias e orientam os motoristas a trafegarem em baixa velocidade, evitando assim situações de risco. Não há previsão de liberação total da via em função dos trabalhos de limpeza que estão em andamento.

Atualizada às 12h26.