Trabalho

Eletricitários da Cemig entram em greve

Categoria protestou pelas ruas de BH, nesta quarta-feira (25), pela campanha salarial; entre as reivindicações estão 10,87% de aumento, fim da terceirização e manutenção da participação nos lucros da empresa

Por Gustavo Lameira
Publicado em 25 de novembro de 2015 | 13:27
 
 
Cerca de 2.000 eletricitários caminharam do bairro Santo Agostinho até a praça da Estação Divulgação/Sindieletro

Os eletricitários da Cemig saíram em passeata pelo centro de Belo Horizonte, na manhã desta quarta-feira (25), para marcar o início da greve da categoria.

A concentração aconteceu em todas as bases operacionais do Estado. Trabalhadores de Betim, Igarapé, Ouro Preto, Itabirito, cerca de 2.000, se encontraram em frente à sede da empresa, no bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul da capital, e depois seguiram a pé até a praça da Estação.

De acordo com o Sindieletro, os eletricitários reivindicam aumento real de 6% pela produtividade de 2014 e 4,87% pela produtividade de 2015, contratação imediata de 1.500 eletricistas na Cemig, aprovados no último concurso público, e assinatura de Acordo de Primarização (fim das terceirizações das atividades-fim), conforme compromisso do governador Fernando Pimentel, Participação nos Lucros e Resultados (PLR) com distribuição linear e garantia de emprego, entre outras.

A Cemig apresentou contraproposta de reposição das perdas em 10,3%, mas com corte de 60% na Participação nos Lucros e Resultados, redução de até 80% do capital do Seguro de Vida Coletivo, não cumprimento do Plano de Cargos e Carreiras e ainda condicionou o acordo à retirada de ações trabalhistas.

Ainda de acordo com o Sindicato, na tarde desta quarta (25), representantes da categoria se reúnem com a Cemig para audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-3ª Região).

Um novo encontro de funcionários está previsto para a manhã desta quinta-feira (26), em frente à sede empresa.

Cemig

A Cemig informa que apenas 12% do quadro de pessoal aderiram à greve, e que o movimento não interfere no atendimento aos clientes. Uma liminar do TRT determinou a manutenção de um quadro mínimo de 60% dos trabalhadores de cada setor da empresa. 

Por meio de nota, a Cemig comunicou que tem se esforçado em negociar com os trabalhadores e para assegurar a sustentabilidade e o futuro da empresa. Leia:

A Cemig tem negociado de forma franca e permanente com todos os sindicatos que representam os empregados da empresa. De março a novembro deste ano já se realizaram dezenas de reuniões, abordando diferentes temas, tais como Saúde e Segurança no Trabalho, remuneração e benefícios, plano de previdência, participação em lucros e resultados. Quanto ao item econômico da pauta, a Cemig propôs reajuste de 10,30%, assegurando assim o poder de compra dos salários e a manutenção dos empregos na empresa.

A Cemig possui um valor de remuneração comparável às melhores empresas do setor elétrico nacional e um conjunto expressivo de benefícios (saúde, seguro, aposentadoria, pensão, ticket alimentação ou refeição). Além da recomposição dos salários, a Cemig propôs o pagamento de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) que, embora, inferior aos valores nos anos anteriores, ainda assim é superior à praticada pelo mercado.

Nas reuniões a Cemig e os sindicatos, a empresa tem mostrado aos representantes dos trabalhadores o grande esforço que vem sendo feito para assegurar a sustentabilidade e o futuro da empresa.

Diante desse esforço conjunto, a diretoria da Cemig reitera seu compromisso com o futuro da Empresa e de seus empregados, a manutenção do poder de compra dos salários e a manutenção dos empregos e dos benefícios, e continua mantendo a mesa permanente de negociação e o espaço democrático de decisões negociadas com os sindicatos.