O homem de 44 anos suspeito de matar a mulher, de 37 anos, a facadas e fingir que ela foi vítima de um latrocínio - roubo seguido de morte-, confessou o crime, na tarde desta quarta-feira (16), e indicou o local onde estava a faca usada para matar a mulher. O feminicídio ocorreu nesta manhã, no bairro Jaqueline, na região Norte de Belo Horizonte. 

De acordo com a Polícia Militar, o homem acionou à polícia e disse que estava levando a mulher, de 37 anos, para o trabalho e que os dois homens teriam abordado o casal e pedido o celular da mulher. Com a negativa de entregar um dos ladrões, na versão do marido, esfaqueou a vítima.

A mulher foi socorrida para o Hospital Risoleta Neves, em Venda Nova, onde já chegou sem vida. A Polícia Militar foi acionada e ao ouvir a versão do suspeito desconfiou do crime.  O tenente-coronel Bruno Assunção, comandante do 13° Batalhão da Polícia Militar, contou que foram identificadas uma série de contradições na versão do marido. Ele disse primeiro que a vítima levou uma facada, mas na verdade foram nove. 

"Diante das contradições e histórico de violência doméstica apresentada e a fala dos parentes, os militares chegaram a conclusão que ele tinha envolvimento. A polícia científica apresentou outra dinâmica para o que tinha ocorrido, totalmente diferente do que ele tinha falado e concluímos que, de fato, ele tinha praticado o homicídio", relatou o tenente coronel.

A polícia tentou encontrar indícios no celular do homem, mas ainda pela manhã,  o suspeito apagou todo histórico, inclusive do trajeto feito até o hospital. Ele continuou afirmando que era latrocínio e só assumiu o crime passional já no Departamento de Investigação de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). 

"Durante a entrevista dele na delegacia ele acabou confessando a autoria do homicídio e confessou onde teria jogado a faca. A motivação para o crime foi que ele mexendo no celular dela viu mensagens em um aplicativo de relacionamento, se revoltou e isso teria motivado toda essa situação". 

A faca do crime foi encontrada em um matagal do bairro Jaqueline, exatamente no local onde o suspeito indicou. A arma foi entregue a Polícia Civil que vai investigar o caso. O homem foi preso em flagrante por feminicídio. 


Familiares contam que ela sustentava a casa

Familiares da vítima, que compareceram ao Risoleta Neves, estavam revoltados. Um sobrinho da mulher gritou com o homem, que estava algemado dentro de uma viatura policial, dizendo que ele não acredita na justiça dos homens, mas que "a justiça divina vai cuidar para que ele definhe na cadeia". Já a irmã da vítima, Márcia da Penha, disse que a irmã já sofria há 20 anos com o homem.

"Ela que sustentava a família, pois ele não queria trabalhar. Ela já a agrediu e quando ela tentou terminar, ele fez isso", contou. O filho do casal, de 11 anos, disse aos familiares que na noite anterior os pais teriam tido uma grande discussão depois que o pai descobriu que a mãe estaria em um site de relacionamentos.