CIDADES

Ensino médio terá sociologia e filosofia

Proposta já foi enviada para o Conselho Nacional de Educação e intenção é incluir disciplinas na grade escolar até 2007.

Por LÍVIO BARBOSA
Publicado em 03 de março de 2006 | 00:01
 
 

A partir do ano que vem, alunos de escolas do ensino médio de todo o país deverão ter as disciplinas de filosofia e sociologia de forma obrigatória em seus currículos escolares. A proposta foi enviada na última semana para discussão no Conselho Nacional de Educação (CNE) e discutida na segunda-feira passada.

Atualmente, as matérias já são oferecidas em redes de ensino de 12 Estados brasileiros.

No último dia 23, a Secretaria de Estado da Educação informou que as disciplinas fazem parte do currículo diversificado do Ministério da Educação (MEC), cabendo a cada escola incluí-las ou não na grade escolar e que não há registro da inclusão em Minas.

De acordo com o MEC, a disciplina de sociologia foi obrigatória no país entre 1925 e 1942, mas que a de filosofia, apesar de nunca ter sido uma exigência, sempre esteve presente em vários Estados.

Segundo a diretora de políticas de ensino médio do MEC, Lucia Helena Lodi, a inclusão das duas matérias se enquadra em um programa de qualidade adotado pelo ministério e que cumpre um papel de extrema importância na educação.

"A inserção formará adolescentes mais críticos, preparados e em condições de se posicionarem sobre as questões da sociedade. Estamos muito empenhados em dotar as escolas de conteúdos mais significantes no que diz respeito expansão do conhecimento. É nessa perspectiva que o MEC encaminhou a proposta", argumenta.

A diretora disse ainda que cada escola terá a forma de aplicar os conteúdos para que as disciplinas, aparentemente complexas, sejam bem aceitas e assimiladas.

"Propomos a pluralidade e caberá às escolas elaborar o projeto pedagógico. Não haverá interferências do MEC. As instituições detêm uma autonomia consagrada na Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional (LDB), aprovada em 1996, que confere a elas todo o direito de ensinar a sua maneira", explica Lucia.

A diretora diz que a proposta foi bem pensada e elaborada e que não cairá em descaso com o passar dos anos. "Não é uma fase de testes e muito menos um projeto piloto. Não cabem mais experimentações na educação. Temos que ser consistentes e alavancar o ensino, a sociedade competitiva exige isso", ressalta.