preso

'Especialista' em arrombar agências não roubava dinheiro em espécie

Segundo a Polícia Civil, não há registros de que ele tenha roubado dinheiro em nenhuma das ocorrências

Por Jhonny Cazetta
Publicado em 29 de julho de 2014 | 13:29
 
 

Quase um arrombamento a banco por dia e R$ 150 mil deixado de prejuízo. Essa era a média de Aldair José Souza, 39, que será indiciado por pelo menos 43 invasões e furtos a agências bancárias de Belo Horizonte, feitos em 50 dias de investigação da Polícia Civil. Considerado um dos maiores “arrombadores” do Estado, o suspeito foi apresentado à imprensa nesta terça-feira (29).

Souza invadia os bancos não para pegar dinheiro, mas sim os computadores e televisores que ali estavam. “Não temos registros de que ele tenha roubado dinheiro em nenhuma das ocorrências. O negócio dele era os objetos mesmo”, afirmou a delegada responsável pelo caso, Danielle Altaf.

O suspeito seguia um padrão em seus furtos: sem se importar com os alarmes e câmeras de monitoramento, ele invadia as agências de cara limpa e arrombava as portas de vidro. Em seguida, entre três e oito minutos, ele sozinho pegava tudo o conseguia do local. A delegada do caso afirma ainda que ele roubava entre as 18h e 20h.

A polícia ainda investiga se homem trabalhava completamente sozinho ou com outros comparsas, e também tenta descobrir os compradores dos produtos roubados. O suspeito informou aos policias que roubava os materiais para comprar drogas. Segundo a polícia, ele é viciado em crack.

Souza anteriormente já havia sido condenado a 10 anos de prisão pelo mesmo tipo de crime, mas, desde o fim do ano passado, ele tinha conseguido o benefício de cumprir prisão temporária.

Além de Souza, a polícia também apresentou um outro suspeito de cometer o mesmo tipo de crime na região de Venda Nova, em Belo Horizonte. Marcio Cosme Cruz da Silva. 33, é investigado por pelo menos 14 arrombamentos em agências da região. Em entrevista à imprensa, o homem confessou o crime e disse que os achava “um absurdo”.

“Eu estava bêbado quando fiz isso. Sempre tomava uma cachaça para tomar coragem. A minha intenção era vender os computadores, monitores, para comprar droga depois. Sou viciado em crack, admito, e sóbrio, vendo as imagens do crime, acho um absurdo o que eu fiz. Não faria isso em sã consciência”, contou ele.

O homem também afirmou que em algumas situações contava com ajuda de outros criminosos, mas afirmou que não conhecia Aldair José Souza. “Conheci ele vindo da viatura com ele para cá, e ele me contou que fazia a mesma coisa. Só que acho que ele é outro nível né, muito mais especialista do que eu. É um concorrente muito forte”, disse ele aos risos.

Os dois estão presos no Ceresp Gameleira, a espera da conclusão do inquérito.