Somente neste ano, de janeiro a junho, 294 estupros foram registrados em Belo Horizonte. O número representa um aumento de 36% na comparação com o mesmo período de 2022, com 216 casos, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp). Em Minas Gerais, também houve alta nas ocorrências desse tipo de crime. Nos seis primeiros meses de 2023 foram 2.137 casos, o que aponta para um crescimento de 22% em relação ao primeiro semestre do ano passado, quando foram registrados 1.747 estupros. 

Nesse domingo (30 de julho), mais um crime de estupro foi registrado. Uma jovem de 22 anos foi encontrada seminua e machucada em um campo na região Noroeste da capital mineira. Ela havia ido para um evento de pagode no sábado (29 de julho) e foi deixada na rua pelo motorista do aplicativo. Um homem a encontrou caída, a levou até um campo e a estuprou.

O que provocou o aumento?

Para se entender o motivo do crescimento desse tipo de crime em Belo Horizonte e em Minas Gerais, de acordo com o especialista em segurança Arnaldo Conde, é preciso uma pesquisa mais detalhada e aprofundada. No entanto, conforme ele, dois fatores podem ter contribuído para o incremento dos números: o maior número de pessoas circulando nas ruas após a pandemia da Covid-19 e o fato de as pessoas estarem denunciando mais.

“Com menos gente nas ruas, o crime diminui. Além disso, com o passar dos anos, as pessoas estão denunciando cada vez esse tipo de crime. Antigamente, muitas vítimas não procuravam a polícia. Agora, essa comunicação ocorre com mais frequência”, afirma ele.

Conforme destaca o especialista em segurança, o crime de estupro ocorre de diferentes formas, o que também pode influenciar na não comunicação do crime. Há casos, por exemplo, como o registrado no domingo, em que vítima e suspeito não se conheciam. Porém, há também ocorrências que ocorrem dentro dos lares, quando os criminosos são amigos de familiares, vizinhos ou até mesmo os próprios parentes, o que pode fazer com que muitas pessoas desistam de denunciar.

“É preciso ter mais pesquisas para que se entenda com profundidade o porquê do aumento de casos e ações eficazes para combatê-lo”, conclui ele.

Saiba onde pedir ajuda

  • Ligue 180 – Para orientação às mulheres em situação de violência e denúncia
  • Ligue 190 – Se ouvir gritos ou sons de briga e para emergências
  • Ligue 192 – Para emergência médica
  • Defensoria Pública Especializada na Defesa dos Direitos da Mulher em Situação de Violência (Nudem-BH). Contato pelo e-mail nudem@defensoria.mg.def.br ou pelos telefones: (31) 98475-2616 / 98464-3597/  98239-8863 / 98306-1247
  • Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher: 3330-5752
  • Centro Risoleta Neves de Atendimento (Cerna): (31) 3270-3235 / 3270-3296
  • Promotoria de Justiça Especializada no Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (31) 3337-6996/ mariadapenha@mpmg.mp.br