O ex-bancário Pedro Meyer Ferreira Gonçalves, 36, reconhecido por 11 mulheres como responsável por estuprá-las na década de 90, nas regiões Leste e Noroeste de Belo Horizonte, pode ter mais um sósia além do ex-porteiro Paulo Antônio da Silva, 51. Silva foi preso em 1997, após ser denunciado por uma das vítimas, que acabou por inocentá-lo, na última segunda-feira, e apontou Meyer como verdadeiro autor do estupro.

Segundo o advogado do ex-porteiro, Marco Antônio Siqueira, outro acusado de estupro, Eugênio Fiuza de Queiroz - que cumpre pena em regime semiaberto na Penitenciária José Maria Alkmin, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana -, tem várias semelhanças físicas com seu cliente, desde a tonalidade da pele até o bigode espesso e os traços no rosto.

O advogado acredita que as vítimas de Eugênio confundiram Paulo com ele porque não houve comparação do cliente com outras pessoas na época. "O ex-porteiro foi filmado, e as imagens, mostradas para as vítimas, que, na minha opinião, acabaram confundindo os dois justamente pela semelhança", explicou.

Segundo o advogado, na época, a delegada responsável pelo caso chegou a afirmar para a Justiça que não tinha certeza se Paulo era mesmo o estuprador, pois ele estava preso e os crimes continuavam ocorrendo. Siqueira acredita que isso pode ajudar na comprovação da inocência do ex-porteiro, além do fato de a mulher que o havia incriminado ter mudado o seu depoimento.

Por enquanto, segundo o advogado, a família de Paulo não se posicionou sobre as possibilidades de pedir à Justiça revisão do caso ou de entrar com uma ação por danos morais e materiais contra o Estado. (Com Marcia Xavier)