Ações

Fazer exame também é prevenção 

Minas Gerais tem pelo menos 71 centros estaduais especializados no tratamento da Aids

Por Aline Diniz
Publicado em 29 de novembro de 2015 | 04:00
 
 

O enfrentamento da Aids no Brasil passa pelo incentivo ao uso da camisinha e na realização do teste que verifica a presença do vírus HIV no organismo. Ambas as estratégias são tidas como preventivas. Com o exame, segundo especialistas, a ideia é evitar a disseminação da doença.
“Agora, a gente fala: ‘Use a camisinha e faça o teste’”, informou Dario Ramalho, infectologista do hospital Eduardo de Menezes. Segundo ele, quando a pessoa descobre a Aids ainda saudável, consegue reagir melhor ao tratamento e reduzir as chances de transmissão por ter conhecimento do diagnóstico. “Quando a pessoa está se tratando, a quantidade de vírus circulando pelo corpo é pequena, o que reduz as chances de se contaminar outras pessoas”, afirma o médico.

Jordana Costa Lima, enfermeira e coordenadora de DSTs/Aids e hepatites virais da Secretaria de Estado de Saúde (SES), explica que as ações preventivas em Minas também levam em conta características regionais para tentar garantir mais efetividade às abordagens. Assim, os planos de ações feitos pela SES são encaminhados para os municípios executarem. Ela citou como exemplos as regiões Norte, que tem grande número de profissionais do sexo, e na Sul, onde há mais homens fazendo sexo com homens – e o risco de contaminação com a relação anal é maior.

Minas Gerais tem pelo menos 71 centros estaduais especializados no tratamento da Aids. As pessoas que fizeram sexo sem proteção podem procurar um desses locais para fazer o teste, onde também ocorrem distribuição de remédios e ajuda de uma equipe multiprofissional. Os endereços estão no site da SES (www.saude.mg.gov.br).

Meta. Até 2030, o governo brasileiro pretende alcançar o que se entende como “três 90%”. O objetivo é ter 90% das pessoas com HIV diagnosticadas no país; deste grupo, 90% seguindo o tratamento chegando a 90% da carga viral indetectável, ou seja, com menor chance de transmissão.

A meta mundial prevê 500 mil novas infecções ao ano. Em 2002, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) previu que, em 20 anos, a doença mataria 70 milhões de pessoas, a maior parte na África. 

Tratamento
Resistência
. Especialistas dizem que a maior causa de internação por Aids está, atualmente, na recusa da pessoa em se submeter ao tratamento, por questões emocionais e disciplinares.