Uma celebração a culinária mineira no coração da Savassi, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Essa é a proposta da primeira edição do festival gastronômico Made in Minas Gerais que levou centenas de pessoas neste domingo (5) à praça Diogo de Vasconcelos para experimentar pratos típicos mineiros de várias regiões do Estado. 

Com pratos com preços que variam entre R$ 26 e R$ 34, nove restaurantes mineiros foram escolhidos pela organização para mostrar ao público o que há de melhor na culinária mineira. A idealização do festival teve início em 2016. “Eu vinha observando que em Belo Horizonte vinham acontecendo diversos eventos culinários de outros Estados e outros países, mas em conversa com amigos questionávamos sobre a falta de um evento com comidas típicas de Minas. Foi assim que há três anos começamos a idealização do projeto”, afirmou o idealizador do Made In Minas Gerais, Jordane Macedo.

A disposição das barracas dos restaurantes no evento seguiu a orientação da rosa dos ventos. “Sou mergulhador. Quando cheguei aqui peguei uma bússola e vi que o quarteirão da avenida Cristóvão Colombo que dá na avenida do Contorno aponta para o sul. Assim decidimos fazer um evento todo orientado pela rosa dos ventos, com cada restaurante e uma região”, explicou Macedo. 

Representante da região Norte do Estado, vindo de Montes Claros, o chef Leonard Espíndola, da Cantina do Léo trouxe o tradicional arroz com pequi para o evento. “Na nossa terra a gente costuma falar que o pequi é o ouro do serrado. No prato a gente traz uma harmonia. O arroz, o pequi, a paçoca do pequi, a carne de sol e o torresmo”, conta. O chef defende que o evento coloca em evidência a importância da comida regional. “As pessoas focam muito em pratos sofisticados e esquece da comida regional. É uma iniciativa maravilhosa e estou gostando demais do evento”, completou Espíndola. 

Da cidade de Tiradentes, no campo das vertentes, o chef Luiz Ney, da Pousada Villa Paolucci serviu o leitão a pururuca. “É uma tradição da minha família de mais de cem anos que eu aprendi com o meu avô. Para mim é o maior orgulho. Para o leitão ficar saboroso ele ficou sete dias marinando em temperos e para assar são sete horas. Depois a gente faz a pururuca aqui, com um aparelho específico para isso”, disse. 

Premiação

Durante o evento o público votou no melhor prato servido. O escolhido Restaurante Tragaluz, de Tiradentes, apresentou o prato Arroz D´Angola, e  recebeu, ao final, o troféu Dona Lucinha. A premiação faz uma homenagem à cozinheira que morreu no mês passado e deixou a sua marca na culinária mineira. “É o reconhecimento ao que ela plantou e adubou. As manifestações de afeto à ela são intensas. É muita emoção e a certeza de que temos que levar o patrimônio que ela construiu para frente”, enfatizou a filha da dona Lucinha, Márcia Clementino. No local foi criado um memorial à ela com objetos e a reedição do livro de receitas que assina com a filha lançado em 2001.

Atividades

Além dos pratos servidos no festival, os presentes puderam assistir ao show de Wagner Tiso, um dos fundadores do Clube da Esquina, que ao lado de Outros cantores celebrou seus 60 anos de carreira, além da apresentação do instrumentista Dudu Lima. O festival também contou com espaço kids com brinquedos para crianças e palestras com profissionais ligados a culinária.  “Nós somos de Itaúna e virmos especificamente para as palestras. Escolheram temas muito bacanas. Falaram aqui sobre o azeite que da mesma forma que o vinho tem todos os seus mistérios. Tenho achado muito bacana. E os pratos estão excelentes”, afirmou o economista Donizeth Peixoto.