Após confusão com PM

Guardas municipais decidem se entram em greve geral nesta quarta

Na última sexta-feira, categoria fez paralisação de 24 horas, pedindo porte de arma e outras reivindicações; agentes de saúde e outros servidores também podem parar

Por Camila Kifer / Cinthia Ramalho
Publicado em 20 de janeiro de 2015 | 20:44
 
 
Rodoviária foi tomada por viaturas e agentes das duas corporações WEB REPÓRTER

Uma assembléia geral, com participação dos guardas e de outros funcionários públicos de Belo Horizonte, está marcada para as 9h desta quarta-feira (21) para decidir se os servidores entrarão em greve geral, mesmo após a Prefeitura de Belo Horizonte anunciar, na noite desta terça-feira (20), que criou um grupo de trabalho para tentar atender às reivindicações da categoria, inclusive a de porte de arma.

De acordo com Israel Arinar, presidente do Sindbel, membros da Guarda Municipal vão analisar as propostas apresentadas pela Prefeitura de Belo Horizonte e, segundo ele, a paralisação da corporação só deve acontecer caso a categoria não se mostre satisfeita com as decisões da prefeitura. "Discutiremos os termos da reunião em assembleia e, se a categoria entender que foi atendida em suas aspirações, não vejo porque a Guarda Municipal entrar em greve", afirma.

Na última sexta-feira, guardas municipais fizeram paralisação de 24 horas, um dia após uma confusão generalizada com policiais militares que terminou com uma guarda ferida. Lilian Emiliana de Oliveira, de 28 anos, tinha abordado um militar reformado que estava trabalhando com transporte ilegal na rodoviária de Belo Horizonte. Atingida por uma bala de borracha disparada por um policial militar, ela teve que passar por cirurgia plástica para reconstituir a mandíbula.

A briga culminou em protestos, na noite de quinta-feira e na manhã de sexta, em que a categoria aproveitou para reforçar diversas reivindicações antigas à Prefeitura de Belo Horizonte, como de porte de arma, uso de colete a prova de balas e escolha de membros da corporação para ocupar cargos de comando e comissionados.

Outros profissionais, como os agentes de saúde, também ameaçam parar.

Reivindicações 

Dentre as exigências, as principais são estão porte de arma e cumprimento do estatuto geral da Guarda Municipal.  A utilização de coletes a prova de bala e a oportunidade de escolher um guarda municipal para ocupar o posto do comando da corporação também estão entre as exigências da categoria. 

De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Prefeitura de BH (Sindibel), Israel Arimar, a categoria pede melhores condições de trabalho, uma vez que, segundo os guardas, faltam rádios comunicadores, coletes e até viaturas.

Grupo de trabalho

Em resposta às reivindicações da Guarda Municipal, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) anunciou nesta terça-feira (20) a criação de um grupo de trabalho para avaliar e propor alterações a serem implementadas na legislação que regulamenta a profissão do Guarda Municipal. 

O secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Informação, Thiago Grego, e o secretário adjunto de Recursos Humanos, Gleison Souza, entregaram ao presidente do Sindibel, Israel Arimar, um ofício, em oficializam a medida em resposta às reivindicações da categoria.

A equipe de trabalho será formada por membros das Secretarias de Planejamento, Orçamento e Informação, por meio da Secretaria Adjunta de Recursos Humanos, de Segurança Urbana e Patrimonial e com a participação de guardas indicados pela categoria, por intermédio do Sindibel.

Outra demanda da categoria é o porte de arma. A PBH informou que tenta viabilizar convênio com a Polícia Militar para que seja feito curso de treinamento dos guardas para porte de arma. E que, paralelamente, busca apoio de outras instituições militares para a realização do curso.

O comunicado da PBH diz, ainda, que, "em relação à pauta de reivindicações dos Agentes de Combate à Endemia (ACE) e dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), a Prefeitura de Belo Horizonte informa que o pleito está sendo analisado e o retorno à categoria ocorrerá em breve."

Enquete

O portal O TEMPO realizou uma enquete entre seus leitores sobre o tema e 51% (607 votos) dos participantes se colocaram favoráveis ao armamento da Guarda Municipal e 49% (592 votos) dos internautas foram contrários.

O resultado mostra que o tema ainda gera polêmica e que os moradores da capital estão divididos.

Atualizada às 22h41