Moradores do bairro Tupi, na região Norte de Belo Horizonte, acordaram revoltados na manhã desta terça-feira (17). Quem mora na rua Maria Clemente testemunhou, nesta madrugada, cenas cruéis de uma tentativa de feminicídio contra uma cabeleireira que mora e trabalha na região. A vítima, de 32 anos, está internada no Hospital Risoleta Neves, em estado gravíssimo.
Segundo os vizinhos, o crime foi cometido pelo ex-companheiro da vítima, de 38 anos, que não aceitava o fim do namoro.
A cabeleireira estava em um novo relacionamento, com um pedreiro de 58 anos, que conversou com a reportagem e preferiu não ter a identidade revelada. Segundo ele, o suspeito já ameaça a vítima há algum tempo. "Ele já estava ameaçando ela. Teve um dia que a gente tava no carro e ele cercou a gente, criou uma confusão e disse que ia vir gente atrás dela", revelou o pedreiro.
Um pintor de 41 anos, que também preferiu não se identificar, mora em frente ao local do crime e viu tudo. "Eu vi ele chutando a cabeça dela e dando muitos socos. Ele é capoeirista e já veio preparado para matar mesmo. Assim que eu vi, eu gritei pra ele parar e aí ele fugiu. Quando cheguei ela estava desacordada, toda cheia de sangue", conta o pintor.
Os vizinhos acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que informou que a vítima teve uma parada cardíaca no local.
Foi preciso fazer manobras de reanimação para que ela chegasse com vida no hospital. "Eu vi eles fazendo massagem no peito dela e também furaram o pescoço, para ela poder respirar. A gente achou que ela fosse morrer", conta o pedreiro.
Segundo o Samu, a vítima está internada em estado gravíssimo, com traumatismo craniano e fraturas no rosto.
Segundo informações da Polícia Militar, depois da agressão, o homem fugiu em um carro de modelo Logan, de cor verde. Até o momento, o suspeito não foi localizado, fato que revolta ainda mais os moradores.
"Ele é uma pessoa agitada, a gente sabe que mexe com coisas erradas. Ele também já agrediu uma outra namorada antes... Ele é bem complicado, se ele voltar aqui vai ter problema pra ele", conta o trabalhador autônomo de 39 anos.