Lagoinha

Horta comunitária: lote abandonado vira ‘Quintal do Sô Antônio’ em BH

Espaço leva nome em homenagem à avenida Antônio Carlos e é mantido por moradores

Por Bruno Menezes
Publicado em 19 de outubro de 2019 | 09:28
 
 
Área da prefeitura agora foi incluída no Projeto Adote um Verde Foto: Flavio Tavares/O Tempo

Uma enxada, três baldes de  água e um olhar crítico para um espaço abandonado no bairro Lagoinha, no Noroeste de BH. Dessa forma, a atriz e produtora musical Cida Barcelos transformou – com a ajuda de moradores e comerciantes da região – o espaço localizado entre a avenida Antônio Carlos e a rua Francisco Soucasseaux em “Quintal do Sô Antônio”. 

O projeto começou em 2017, sem apoio, apenas com a vontade da idealizadora de deixar o bairro mais bonito e verde. “Era uma área abandonada, usuários de drogas usavam o espaço. Tinha dia que tinha barraca, banheira e outros objetos descartados. Hoje é um espaço da cura, do cuidado, do amor. A ideia não é de venda, é de doar para as pessoas, para que elas recebam, cuidem e percebam que a cidade é nossa e precisamos cuidar dela”, disse. 

O terreno ocupado pelo Quintal do Sô Antônio – que leva esse nome em homenagem à avenida Antônio Carlos – pertence à Prefeitura de Belo Horizonte, que, só anos depois do início do projeto, reconheceu a ideia e incluiu o espaço no “Adote o Verde”. 

“Ainda não temos um sistema de irrigação. Colocamos uma mangueira lá, mas demoro cerca de três a quatro horas por dia para irrigar todo o quintal”, explica. 

Opiniões

Assim como os produtos cultivados ali, são diversas as opiniões dos moradores do entorno sobre a horta. “Aqui é um matagal que abriga noiados, virou um motel. Tirou nossa liberdade, nosso sossego. Eu moro aqui há 40 anos, não estou mais feliz aqui, justamente por causa dessa horta”, reclama a aposentada Maria Célia, 67. 

Já para a vizinha dela, a também aposentada Jane Botelho Tenalha, 79, o local é motivo de orgulho. “Pode observar que a esquina mais bonita que tem é a nossa. Tem gente que faz covardia – por inveja, talvez, né?”, afirma.