Um dia depois de registrar lotação e filas enormes nas Unidades de Pronto Atendimento (Upas) com atendimento pediátrico, o prefeito de Belo Horizonte Fuad Noman (PSD) lamentou, nesta segunda-feira (29), que a situação da saúde municipal esteja nesse nível. Entretanto, o prefeito afirmou ser "impossível não ter fila de espera".
"É uma pena que isso (superlotação e falta de profissionais) esteja acontecendo em Belo Horizonte. Lamentavelmente, não é só nas Upas, mas em todos os hospitais, estamos com esse mesmo problema. O volume de crianças é muito grande, se eu puser dez médicos e tiver 400, 500 crianças para serem atendidas, é quase impossível não ter fila de espera”, afirma.
No domingo (28), a reportagem de O Tempo percorreu pelas Upas e centros de saúde da capital e registrou esperas de mais de 6 horas. Os atendimentos, segundo a PBH, foram concentrados no fim de semana nas unidades de urgência Odilon Behrens, UPAs Norte, Oeste e Centro de Saúde Rio Branco até às 19h.
“Nós temos observado que nos hospitais privados também está tendo filas, e temos lutado para melhorar essa questão, contratando mais médicos, centralizando em três ou quatro Upas para poder permitir esse trabalho. Nosso trabalho é forte no sentido de tentar atrair mais médicos, mas não é tarefa fácil ", pontua o prefeito da capital Fuad Noman.
A estratégia para suprir a demanda nos atendimentos – que parecem ter aumentado com a queda na temperatura e na umidade relativa do ar, ocasionando em problemas respiratórios – foi concentrar as consultas infantis no Pronto Atendimento do HOB e as UPAs Oeste e Norte. Os atendimentos no Centro de Saúde Rio Branco foram para os casos leves de pediatria. Nas demais unidades de saúde, o atendimento foi exclusivamente para adultos.
A PBH foi procurada pela reportagem acerca dos problemas encontrados no domingo. Por meio de nota enviada pela Secretaria Municipal de Saúde, a prefeitura disse que "neste domingo, dia 28 de agosto, o movimento nas UPAs com atendimento pediátrico foi dentro do esperado”.
Confira a nota completa:
“Na UPA Norte, 3 pediatras compõem o quadro de médicos. Já foram atendidas 26 crianças desde às 7h da manhã até as 17h , a maioria classificada como verde, ou seja, menos grave.
Na UPA Oeste, 3 pediatras estão atendendo desde às 7h da manhã. Até as 17h, 30 crianças já foram atendidas, a maioria dos casos não urgentes.
No Pronto-Socorro do Hospital HOB, dos 5 pediatras previstos para o plantão, 3 apresentaram atestado. Desde às 7h, 2 pediatras estão realizando os atendimentos. O tempo de espera para os pacientes classificados como verde está com média de 2 horas.
É importante esclarecer que as unidades funcionam com Classificação de Risco, de acordo com o Protocolo de Manchester, que prioriza o atendimento dos pacientes mais graves, o que pode impactar em tempo maior de espera para os pacientes classificados como não urgentes. O objetivo é estabelecer a prioridade para atenção médica de acordo com a gravidade do caso de cada paciente avaliado.
A Secretaria Municipal de Saúde monitora a situação para garantir o pleno atendimento da população nas unidades."