Belo Horizonte

Infraero notifica concessionárias para retirar bens do aeroporto Carlos Prates

Aeródromo será fechado no próximo dia 1º de abril; débitos deverão estar quitados

Seg, 20/03/23 - 17h04
A Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) emitiu, nesta segunda-feira (20), um ofício endereçado aos concessionários do aeroporto Carlos Prates, localizado na região Noroeste de Belo Horizonte. No documento, a companhia informa a rescisão contratual a partir do dia 01/04/2023 e determina a retirada de equipamentos da área para o avanço da entrega do espaço para a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).

Além disso, as empresas que utilizam o aeroporto deverão pagar todas as dívidas (internet, água, luz) antes de deixar o Carlos Prates. No último dia 15 de março, o prefeito Fuad Noman (PSD) comunicou que o aeródromo será desativado no próximo dia 1º de abril. No sábado (11), um avião caiu no bairro Jardim Montanhês. O piloto morreu e a filha dele precisou ser internada em estado grave.
 
Ainda conforme o documento, os "bens não retirados em tempo hábil serão considerados abandonados, cuja posse ficará com a concedente, podendo delas dispor na forma da lei". Os boletos que estiverem abertos até a data do fechamento do aeroporto deverão ser regularizados em tempo hábil, "a fim de evitar ações judiciais por parte da concedente". 
 

Pouco tempo

O deputado estadual  Alencar da Silveira Júnior (PDT) esteve no aeroporto Carlos Prates, nesta segunda-feira (20), e informou que não é possível retirar aeronaves do local até o dia 31/03. Há aviões que estão desmontados, dentro das oficias, o que dificulta bastante a remoção.

"Ninguém consegue retirar um hangar de um dia para o outro. Vamos no ministro para mostrar as dificuldades", completou o parlamentar. Nesta terça-feira (31). conforme Silveira, as pessoas afetadas vão se reunir com o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman.

O parlamentar informou também que vai discutir a questão na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Alencar aproveitou a visita para fotografar as aeronaves que estão "presas" dentro do aeródromo. "Vou levar essa questão para uma audiência pública", finalizou.

O presidente da Associação Voa Prates, Estevan Velásquez, disse ter recebido com "completa indignação" o ofício sobre a desocupação do aeroporto. Segundo ele, há mais de 120 aeronaves no aeródromo, algumas delas em desmontadas e em manutenção. "É uma palhaçada. Não se muda uma empresa de lugar nesse tempo", afirmou.

Segundo Velásquez, o aeródromo é responsável por mais de 500 empregos diretos, além de 500 alunos em formação — a maioria deles (alunos) faz o curso por meio de financiamento estudantil. "Tem aluno me ligando chorando porque está endividado e não sabe o que vai fazer da vida", prosseguiu.

Ele considera a decisão de desocupação do aeródromo "populista", tomada no "calor da emoção" devido ao acidente do último dia 11.  "Tomam decisões desreguladas, sem ideia da repercussão. São 15 empresas com 10 dias para conseguir ir para algum lugar. A regulamentação demora. Não é tempo suficiente. São aeronaves que 'moram' aqui, e não ficam indo e vindo", completou. 

 

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