A morte do sargento da Polícia Militar (PM) Célio Ferreira, de 46 anos, no último sábado (28), em João Monlevade, na região Central de Minas, gerou repercussão nas redes sociais, que não saiu impune. Nesta segunda-feira (30), dois jovens, um de 24 e outro de 27 anos, foram presos em duas cidades diferentes por comemorarem o ocorrido.
Em Caratinga, na região do Rio Doce, B. F. R. foi localizado por militares e detido após ele escrever no Facebook: "Tem que fazer isso mesmo. A maioria da PM fica perseguindo só trabalhador".
Após esse comentário, outro internauta criticou sua postura diante da morte do policial, e ele retrucou: "É muito triste ver a polícia perseguindo trabalhador, enquanto os bandidos estão tranquilos. Quando vejo uns casos desses, fico feliz sim, pois é menos um que vai perseguir nós, trabalhadores".
Ao ser abordado pela PM, o homem de 27 anos alegou que sua conta na rede social hoi hackeada, sendo que não foi ele que escreveu os comentários. Porém, ele entrou em contradição, e acabou confessando que fez as postagens, e ainda disse aos militares que não era obrigado a gostar de polícia.
O fato foi registrado na PM como vilipêndio a cadáver, que significa destratar ou humilhar uma pessoa que já morreu. Quem faz isso pode sofrer uma pena de um a três anos de prisão e multa.
Uberlândia
Também nesta segunda-feira, A. N. M., de 24 anos, foi preso em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, por fazer algo parecido. Em uma postagem de um portal de notícias da cidade sobre a morte do sargento, comentou: "CPF cancelado com sucesso".
De posse de prints desta fala, a PM identificou o rapaz e foi até a sua casa, onde ele foi preso e levado para a delegacia. A.N.M. teve o celular apreendido para servir como possível prova do delito.
Outro caso
No dia 17 de setembro, um professor de geografia foi preso após parabenizar os autores da morte de um polciail militar em Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte. Na ocasião, ele passou por uma audiência no juizado criminal, pagou uma multa de R$ 1.200 e foi liberado.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a apologia ao crime é considerado ato de pequeno potencial ofensivo.