"Não há operação de guerra em Belo Horizonte". O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), descartou que os ônibus do transporte coletivo vão circular na capital mineira em horários reduzidos. Em reunião realizada na Prefeitura com representantes do SetraBH na tarde desta terça-feira (15) nenhum acordo foi definido para resolver o impasse alegado pelas empresas.

"A situação é gravíssima que nos encontramos e temos ciência do caos que o transporte vai virar no país. Não há operação de guerra em Belo Horizonte e foi nos garantido pelo Setra. Vamos continuar a negociar", disse Kalil após o encontro a portas fechadas com os representantes das empresas.

Kalil afirmou ainda que a prefeitura vai "continuar trabalhando" para solução do impasse. As empresas alegam que a alta do combustível fez com que se tornasse inviável a manutenção das viagens em todos os horários, fora os de pico. "Vamos continuar negociando".

 

'Colapso é aqui', diz presidente do SetraBH

O presidente do SetraBH, Raul Leite, confirmou que as negociações continuam, mas fez ressalva. "A discussão continua com a prefeitura sobre essa situação do transporte. É preocupante sim. O colapso está aqui. Vamos continuar segurando para não aplicar [o plano de guerra] para ver como conseguiremos levar a situação, enquanto vamos discutindo. Precisa ter solução urgente".

Leite defendeu que tenha subsídios para o transporte alegando que "o modelo de contrato está colapsado". "O subsídio é para que os usuários não tenham que pagar o custo inteiro. Isso não é ideia nova e já acontece em Brasília, São Paulo, Vitória e outras", disse exemplificando que na capital do país a passagem contratual é acima de R$ 9,50 e o usuário paga R$ 5,50.

Atualmente, segundo Leite, as empresas de ônibus têm déficit mensal de até R$ 30 milhões. "O custo da operação está em até R$ 100 milhões. A gratuidade é o primeiro passo [para solucionar o problema], mas o problema do colapso é muito maior". As receitas das empresas variam entre R$ 60 e R$ 64 milhões.