SANTA LUZIA

Médico foragido por importunação na Grande BH já foi preso por outros 5 abusos

Profissional foi flagrado fazendo movimentos de masturbação em um paciente de Upa

Por Isabela Abalen
Publicado em 15 de abril de 2024 | 11:17
 
 
UPA São Benedito, em Santa Luzia Foto: Reprodução/Google StreetView

O médico de 37 anos, acusado de importunar sexualmente um paciente durante consulta na UPA São Benedito, em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, na última sexta-feira (12 de abril), já foi preso por suspeita de crime sexual contra outros cinco pacientes em quatro cidades de Minas Gerais. A prisão, preventiva, durou dois meses – ele foi preso em outubro e solto em dezembro do ano passado.

De acordo com o divulgado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), as investigações sobre o médico começaram em maio de 2023, quando uma paciente denunciou que foi abusada por ele durante consulta em um hospital público de Nova Serrana, no Centro-Oeste do Estado. 

À época, os investigadores apuraram outras quatros denúncias de vítimas das cidades de Cláudio, São Sebastião do Oeste e Divinópolis. Foram esses abusos que levaram à prisão preventiva do médico em Divinópolis, em 31 de outubro de 2023. 

De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), no entanto, o profissional foi solto em 30 de dezembro, dois meses depois, após ter a prisão revogada pela Justiça. Desde janeiro deste ano, o profissional voltou a ser foragido por praticar outro crime de importunação sexual mediante fraude.

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) afirmou que “as forças de segurança estão empenhadas em localizar o suspeito”, que continua sumido. “Em relação à ocorrência de 2023, tão logo seja possível, as informações serão divulgadas”, disse. 

O flagra em Santa Luzia 

O caso ocorreu nessa sexta-feira (12 de abril). O paciente, um jovem de 22 anos, relatou à Polícia Militar que chegou na UPA São Benedito por volta de 13h com muitas dores nas pernas. Ele foi atendido só por volta de 16h. Inicialmente, o médico o atendeu com porta fechada e apalpou pernas, abdômen e virilha do homem, fazendo perguntas sobre algumas dores.

O profissional pediu para o jovem abaixar a calça, tocou o órgão genital dele e falou para irem até outra sala, onde passaria uma pomada. Já no outro ambiente, o médico segurou o órgão genital do paciente e iniciou movimentos de masturbação. O jovem, então, questionou o procedimento, e o médico só respondeu que aquilo era um “método normal usado por ele”.

Uma faxineira, que desconfiou da demora do atendimento, olhou por baixo da porta e flagrou o ato de importunação do médico. Após ser confrontado, o doutor deixou a sala e disse que voltaria, mas fugiu da unidade de saúde. 

Médico é terceirizado 

A Prefeitura de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, questionou a empresa parceira responsável pela contratação do médico acusado de importunar sexualmente um paciente na UPA São Benedito nessa sexta-feira (12 de abril). O Executivo pediu explicações sobre critérios de seleção e fiscalização de condutas dos contratados. 

“Todas as medidas administrativas e judiciais estão e continuarão sendo tomadas em relação à referida empresa contratada e ao possível autor do ato, visando, assim, que episódios desta natureza não se repitam”, afirmou.

O que é importunação sexual?

  • “É a prática, sem consentimento, de ato libidinoso contra alguém com o objetivo de satisfazer os seus prazeres sexuais ou de terceiros. Nós podemos citar a famosa encoxada, o beijo roubado, passar as mãos nas partes íntimas, tudo isso é crime”, informa a delegada Karine Tassara, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher em Belo Horizonte. 

Pena: de um a 5 anos de reclusão, com possível aumento dependendo da gravidade do caso. “Importante lembrar que caso o suspeito seja preso em flagrante por importunação sexual, não cabe fiança na sede da delegacia. O suspeito será encaminhado para o sistema prisional até a audiência de custódia, quando o juiz determinará se ele ficará preso”, explica Tassara.