Paralisação

Metrô de BH tem movimentação tranquila no primeiro dia de greve dos metroviários

Categoria protesta por melhores condições de trabalho na pandemia; liminar do TRT-MG determinou que os trens rodem por mais tempo

Por Bruno Menezes
Publicado em 24 de junho de 2020 | 09:22
 
 
Estação Vilarinho com movimentação tranquila em dia de greve de metroviários Foto: Uarlen Valério/O TEMPO

Apesar do metrô de Belo Horizonte funcionar em esquema de escala mínima nessa quarta-feira (24), devido ao protesto dos metroviários por melhores condições de trabalho durante a pandemia de coronavírus, a movimentação de passageiros nas estações tem sido tranquila nessa manhã. 

Na estação de metrô Vilarinho, alguns usuários foram pegos de surpresa com a paralisação. “É muito complicado, a maioria das pessoas continua trabalhando. As pessoas que dependem do metrô, como vão fazer?”, lamenta a auxiliar de serviços gerais Marli Heloísa, de 47 anos.

Ela conta que o tempo que gasta saindo do trabalho, no início da noite, até chegar em casa é de duas horas. Caso não consiga pegar o metrô, esse tempo pode ser elevado em mais 50 minutos. Ela diz que entende a paralisação dos metroviários, mas diz que os mais prejudicados são os passageiros. “Como sempre, né?”, diz ela. 

Na chegada da equipe de O TEMPO na estação Vilarinho, uma placa afixada na bilheteria indicava que o metrô funcionaria de 6h as 9h e de 16h as 20h. O horário indicado desobedece a liminar concedida pelo desembargador Fernando Rios Neto do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) em favor da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). A decisão estabelece que os trens devem rodar de 5h30 as 10h e de 16h as 20h.

Minutos após a equipe de reportagem avistar a placa, ela foi retirada por seguranças da estação. Os funcionários justificaram que os portões seriam fechados às 10h, seguindo a liminar.

Entenda

Em assembleia virtual realizada na última segunda-feira (22), os funcionários do metrô de Belo Horizonte decidiram entrar em greve a partir dessa quarta-feira (24) devido à pandemia do novo coronavírus. Objetivo é fazer com que a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) volte a implementar a escala reduzida e o revezamento de servidores.

Segundo o presidente do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro-MG), Romeu Neto, há quase um mês os trabalhadores estão sendo expostos desnecessariamente à Covid-19. "Logo no início da pandemia, a CBTU aplicou uma escala reduzida para todos e home office para os funcionários do administrativo. Os trens circulavam das 6h às 9h e depois das 16h30 às 20h", disse.

Por meio de nota a CBTU informou que pela proteção de todos os colaboradores “a escala habitual de trabalho foi redimensionada para conter apenas trabalhadores essenciais ao funcionamento do metrô”. Disse ainda que A fim de garantir mais segurança a todos os empregados, a Companhia promoveu a distribuição de mais de 10 mil máscaras, 16 mil luvas e de cerca de 4 mil embalagens de álcool em gel 70% para o uso pessoal de seus colaboradores”.  E que “todas as medidas adotadas visam à proteção integral dos milhares dos usuários que usam o metrô diariamente, bem como de todos os profissionais que prestam serviços à empresa”.