As viagens do metrô de Belo Horizonte acontecerão das 10h às 17h, em Belo Horizonte, a partir desta segunda-feira (21). Os metroviários optaram por desrespeitar a decisão judicial que determina o funcionamento nos horários de pico: de 5h30 às 10h e das 16h30 às 20h.

Em entrevista à reportagem de O TEMPO, Robson Zeferino, diretor-jurídico do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG), explicou a decisão. 

“Vamos, com certeza, descumprir [a liminar da Justiça]. Rodar neste horário é tudo que a empresa quer, pois vão economizar em energia e nós não vamos atingir nosso objetivo. Queremos dar repercussão e vamos para o tudo ou nada”, afirmou.

Zeferino explica que a categoria pretende lutar até o fim para evitar a demissão de 1,6 mil servidores após a privatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). “Não temos mais nada a perder já que daqui a 12 meses todo mundo estará demitido. Vamos esticar a corda ao máximo”.

Os impactos da greve serão grandes, já que muitas pessoas dependem do metrô nos afazeres do cotidiano. O diretor-jurídico do Sindimetro-MG pede a compreensão da população. “Particularmente, eu lamento, pois vamos circular em um horário que não atende toda a população. Os usuários serão afetados, ainda mais que os ônibus já não estão circulando de forma plena”, comentou.

A não circulação dos trens nos horários definidos pela Justiça vai acarretar multa de R$ 30 mil por dia. “Pode parecer egoísmo, mas temos que defender o nosso emprego. Se não pensarmos em nós, como fica?”, indagou.

A CBTU foi procurada pela reportagem, mas ainda não comentou a decisão dos metroviários.