Minas Gerais está na fase de “maior controle da pandemia” desde o início deste ano, após melhora registrada em “todos os indicadores da Covid-19” nesta semana, informou nesta quinta-feira (15) a Secretaria de Estado da Saúde (SES) em nota à imprensa. Dado foi compartilhado como parte da deliberação do Comitê Extraordinário Covid-19, do Minas Consciente, instrumento de combate à doença do governo estadual.
“Diante da melhora, o grupo aprovou a evolução da macrorregião de Saúde Sudeste para a onda verde do Minas Consciente e da Norte e Sul para a onda amarela. Assim, 12 das 15 localidades estão atualmente nas ondas mais flexíveis do plano. Apenas três regiões se encontram em onda vermelha, mas nenhuma delas possui a classificação de Cenário Epidemiológico e Assistencial Desfavorável, o que inviabilizaria, por exemplo, a volta às aulas”, detalha o Executivo. As mudanças passam a valer neste sábado (17).
Para balizar a flexibilização, a SES afirmou que, nos últimos 14 dias, a taxa de incidência do coronavírus caiu 23%. No mesmo sentido, a confirmação de “Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada por Covid-19” chegou a 58%, no menor resultado desde janeiro, e a positividade, que mede o quantitativo de pessoas com infecção confirmada pelo vírus, ficou no patamar entre 26% e 28%, ante pico de 49%.
Estão na onda vermelha as macrorregiões Nordeste, Leste do Sul e Triângulo do Sul. Na amarela, a Triângulo do Norte, Noroeste, Norte, Jequitinhonha, Centro, Centro-Sul, Oeste, Leste e Sul. Na verde, a Sudeste e a do Vale do Aço.
O secretário de Estado da Saúde, Fábio Baccheretti, defendeu que os resultados demonstram que “o vírus tem circulado menos e gerado menos necessidade de realização de exames”. “Além disso, os exames realizados têm demonstrado menos positividade para covid-19. Lembrando que estamos no inverno, um período de grande circulação de outros vírus que provocam sintomas gripais”, pontuou o chefe da pasta.
“Sempre que tínhamos aumento de casos leves, ele levava ao aumento de casos graves e óbitos. Agora, no pico que ocorreu no meio de junho, já não observamos o aumento proporcional nos casos graves e a evolução para óbito. Nas primeiras semanas de 2021 tínhamos um acúmulo de óbitos na faixa etária 60+ de quase 90%. Agora, chegamos a 60%. Ainda é o grupo que mais concentra óbitos, mas com uma proporção muito inferior a que tínhamos antes do início da imunização”, completou.
No mesmo período de 14 dias, a média de solicitações de internação leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) em Minas computou queda de 30,41%. O tempo médio de espera por hospitalização retroagiu a 15 horas, ante 22 horas. A ocupação dos centros de tratamento de alta complexidade é de 61% na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), e há 70 pessoas aguardando por um leito.
O Minas Consciente criou regras para realização de grandes eventos no Estado, fronte aos dados apresentados. Os protocolos passam a valer a partir do próximo 15 de agosto e se referem, em suma, ao distanciamento social necessário e à capacidade máxima de lotação de espaços.
“Ficaram decididos a flexibilização do distanciamento padrão para 1,5 metros; o aumento nas lotações máximas de espaços, conforme a onda do Minas Consciente; e regras específicas para a viabilização de grandes eventos de natureza cultural, esportiva, comercial, religiosa, social ou política, por um tempo pré-determinado”, relata o governo.
“Estamos em uma nova fase, com vacinas chegando de forma consistente e melhora nos indicadores. Diante disso, vimos a necessidade de criar regras para os grandes eventos, já que eles não eram considerados de forma separada no Minas Consciente. Fizemos uma ampla discussão e a equipe técnica buscou exemplos em outros países que já passaram por uma fase de vacinação semelhante à nossa (50% com primeira dose e segunda dose crescendo, chegando próximo de 15%) para definir as regras”, defendeu Baccheretti.
Regras mínimas
*É obrigatório comunicar as regras aos participantes e facilitar a devolução do ingresso.
Regras por onda:
Vermelha
Amarela
Verde
A deliberação também atualizou os regramentos a respeito de cirurgias eletivas em Minas. Agora, apenas regiões na onda vermelha com cenário desfavorável precisarão suspender os procedimentos sem urgência.
“Já na onda vermelha, quando há aumento do risco de morte ou complicações, as eletivas podem ser feitas mesmo em cenário desfavorável assistencial e epidemiológico. A onda amarela inclui todos os procedimentos permitidos na onda vermelha, além de cirurgias hospitalares que não demandem intubação ou sedação profunda”, decidiu o Comitê.
Na onda verde, todas as eletivas estão liberadas, e caberá às autoridades municipais definir disponibilidade de leitos, equipes e insumos.