Mina Mar Azul

Moradores de Macacos fazem manifestação em frente à mina da Vale

Protesto começou às 5h30, na troca de turno dos funcionários da empresa. Os manifestantes impedem funcionários de entrar e de sair

Por Luiz Fernando Motta / CAROLINA CAETANO
Publicado em 20 de fevereiro de 2019 | 07:36
 
 
Moradores de Macacos fazem manifestação em frente à mina da Vale Foto: Alex de Jesus/O TEMPO

Moradores do distrito de Macacos, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, fazem uma manifestação na manhã desta quarta-feira (20) em frente a mina da Vale.

Cerca de 100 pessoas estão no local, segundo a organização. O protesto começou por meio de pais e mães de alunos da escola municipal Rubens Costa Lima. De acordo com o voluntário Weder Vilela, as aulas na instituição iriam retornar hoje, mesmo sob risco. A comunidade pede para que as aulas sejam transferidas para outro local. "A escola está em uma zona de risco. Já temos um local e a prefeitura está se recusando a mudar o local das aulas", explica.

O protesto começou às 5h30, na troca de turno dos funcionários da empresa. Os manifestantes impedem funcionários de entrar e de sair da sede da Vale na cidade.

Segundo Vilela, há muita falta de informação e os moradores não irão sair até conversarem com representantes da mineradora. "Precisamos de uma definição sobre nossa segurança, sobre nossas vidas. Não há nenhuma informação sobre prazo para emissão de laudos de segurança. Ficamos nesse clima de insegurança e incerteza", diz o morador.

A reportagem entrou em contato com a Vale e com a prefeitura de Nova Lima e ainda aguarda um posicionamento.

O protesto também conta com a participação de movimentos dos atingidos pela mineração.

Os acessos da comunidade permanecem impedidos. O trânsito está carregado na MG-30 desde a entrada de Nova Lima, próximo ao Colégio Santo Agostinho.

Nessa terça-feira, funcionários da mineradora prestaram depoimento à polícia dentro do inquérito que investiga a responsabilidade pelo rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho.

Gritaria 

Com cartazes e até mesmo um caixão de papelão, manifestantes ficaram exaltados durante o protesto e gritavam a todo tempo que a "Vale era assassina". Ao menos quato viaturas da Polícia Militar foram até o local, além da Guarda Municipal. Não houve registro de presos. 

"A área em que eu trabalho é de risco. Com isso, não estou podendo ir. Eu tenho quatro filhos para cuidar, pago aluguel e não posso ficar parada", afirmou a domésica Rosana das Dores Vieira, de 38 anos. 

Novo encontro

Após uma reunião com representantes da Vale, onde nada ficou resolvido, um novo encontro foi marcado para esta quinta-feira (20), no centro comunitário de Macacos. 

"Vamos expor o que temos dúvidas, queremos a apresentação de laudos dessas barragens e apoio da Vale", explicou uma das representantes dos manifestantes, Juliana Gobbi Morais.

 

Atualizada às 15h59