Mata do Isidoro

Moradores preparam resistência e se unem em vigília por terreno 

PM pode cumprir ordem de reintegração a qualquer momento

Por Bárbara Ferreira
Publicado em 22 de junho de 2015 | 03:00
 
 
Estratégias. Moradores fecharam entradas do terreno com pneus e intenção é avisar com foguetes sobre chegada da PM AJL

Os moradores das ocupações Esperança, Vitória e Rosa Leão, na mata do Isidoro, região Norte de Belo Horizonte, estão novamente vivendo a angústia da iminência do despejo. Com a chegada de uma nova ordem da Justiça para a reintegração de posse, na última quinta-feira, começaram as mobilizações e a formação de um movimento de resistência. Ocupantes se revezam em vigílias e, no início da noite de ontem, dezenas de integrantes de grupos sociais começavam a chegar ao local para engrossar o movimento. A Polícia Militar, responsável pelo cumprimento da ordem judicial, ainda não marcou data para a ação, mas assumiu o compromisso de avisar com antecedência invasores e imprensa, o que não havia acontecido até a noite de ontem.

Na entrada da maior ocupação, a Vitória, foi montado um centro de apoio para reunir moradores e receber apoiadores e doações. De acordo com o integrante das Brigadas Populares Guilherme Pontes, além da preocupação com o processo do despejo em si, eles temem que os ocupantes fiquem ilhados enquanto mantiverem resistência e que o acesso a água e alimentos seja dificultado. “A possibilidade de sítio é muito grande”.

Resistência. O domingo foi marcado por reuniões para organizar a resistência, e os participantes se reuniram em grupos para pensar estratégias para os próximos dias. Segundo Guilherme Pontes, a partir de agora eles vão tentar uma negociação – desde o ano passado governo e moradores mantêm conversas, mas os ocupantes não aceitaram a proposta do Estado.

Reunião ALMG. Uma reunião hoje, às 10h, na Assembleia Legislativa, vai debater a situação das ocupações e a ação de reintegração de posse