CRIME PASSIONAL

Morre jovem que teve 50% do corpo queimado pelo ex-marido em Pará de Minas

Apesar de a versão apresentava pelo suspeito apresentar falhas, ele foi liberado pela polícia por falta de provas

Por MÁBILA SOARES
Publicado em 05 de julho de 2013 | 14:27
 
 

Depois de ficar mais de um mês internada no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, Débora Cristina Silva Campanha, de 24 anos, morreu no início da tarde dessa quinta-feira (4) após ter 50% do corpo queimado. O principal suspeito é o ex-marido, Fabrício de Paula Campanha, de 36 anos, que foi preso e liberado pela polícia por falta de provas. Ele também teve parte do corpo queimado.

De acordo com a polícia, o homem estaria insatisfeito com o fim do casamento e, dominado pelo ciúme, colocou fogo na ex-mulher. O crime foi no dia 2 de junho, na residência onde o casal morava em Pará de Minas, no Centro- Oeste do Estado. Conforme informações da Polícia Militar, ao deixar a mulher em casa em chamas, Fabrício foi até a residência da irmã, localizada na comunidade rural Recanto da Lagoa, nas proximidades da casa da ex-esposa. Usando o mesmo método, ele ateou fogo no próprio corpo.

O casal foi levado para o Hospital Nossa Senhora da Conceição. Débora teve 50% do corpo queimado e Fabrício 30%. Eles sofreram queimaduras de 2º e 3º grau. Fabrício continuou no hospital da cidade e Débora foi transferida para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Segundo a assessoria da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Débora morreu às 12h30 após ficar 33 dias internada.

Outra versão

Para a polícia, Fabrício disse que tentou se matar queimado na casa da irmã, por causa do sofrimento que o fim do relacionamento estava causando na vida dele. Quando Débora chegou ao local, tentou impedir o suicídio e acabou se queimando também. A expectativa era de que a vítima prestasse depoimento assim que recebesse alta.

Apesar de a versão apresentava por Fabrício apresentar falhas, ele foi liberado pela polícia por falta de provas. Ele recebeu alta 15 dias após o fato, prestou novo depoimento e negou o crime. Ele disse que havia ateado fogo em Débora por acidente, já que teria tentado se matar e ela tentou ajudá-lo.
De acordo com a delegada regional, Eliete Maria de Carvalho, Fabrício não foi preso durante o flagrante por falta de provas e, por isso, vai responder ao inquérito em liberdade. "Na verdade, ele nem chegou a ser detido. Não teve flagrante e ele precisou ser internado", afirma a delegada.

Segundo relatos de familiares, o casal estava separado há um mês e Fabrício procurava a vítima com frequência para tentar reatar o relacionamento. Durante uma discussão, o homem teria jogado álcool na ex-mulher e usado um fósforo para provocar as chamas. Segundo a Polícia Militar (PM), Fabrício é usuário de drogas e tem várias passagens pela polícia.