Um motorista do sistema Uber, aplicativo de caronas pagas, foi agredido por cerca de 10 taxistas na madrugada deste sábado (14). A confusão ocorreu na avenida Alfredo Balena, no bairro Santa Efigênia, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. O carro do motorista do aplicativo foi arranhado e amassado.
A confusão começou depois que os taxistas se revoltaram porque estudantes que estavam em uma festa no Diretório Acadêmico da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais chamaram o veículo por meio do aplicativo.
“Chamei o motorista 3h30 da manhã, quando ele chegou, mais de 10 taxistas começaram a cercar o carro e xingar ele falando ‘fora uber’. Eles não deixaram a gente passar e começaram a chutar o carro”, contou o estudante da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) Paulo Cesar Almeida, 23.
Segundo ele, os taxistas começaram a ameaçar e intimidar o motorista do Uber dizendo que eles estava atrapalhando o serviço dos táxis e que ele não era regularizado. “Eles falavam que tinham muito táxis lá na porta e que a gente devia ter usado esse serviço e não um clandestino. Eu não concordo, eu prefiro usar o Uber e eu tenho direito de escolher”, enfatizou o estudante. Ainda de acordo com Almeida, ele ficou no local com o motorista até a chegada da Polícia Militar.
“Um dos taxistas estava muito exaltado e falando mais alto. Eles estavam cercando muito o taxista e acho que até o agrediram fisicamente”, destacou. O estudante continou a ser intimidado pelos taxistas até mesmo depois de sair do local e ir para um ponto de ônibus com outros amigos. “Mesmo com a polícia não conseguimos embarcar no Uber”, conta.
Em um vídeo recebido pela reportagem de O TEMPO o motorista do veículo conta que começou a ser xingado pouco antes de chegar a faculdade. “Eu sai do Floresta e estava indo para a Alfredo Balena quando comecei a ser agredido. Eles chutaram e arranharam o meu carro”, afirma o motorista em vídeo. Ele preferiu não ter o nome divulgado.
A ocorrência foi atendida pela 3ª Companhia de Polícia Militar (PM). A reportagem entrou em contato com a companhia, no entanto, o sistema estava fora do ar e os militares não conseguiram passar mais informações sobre o boletim de ocorrência.
Outras confusões entre taxistas e motoristas do aplicativo já foram registradas neste mês. Os taxistas também fizeram uma série de protestos contra o serviço.
A reportagem de O TEMPO optou por não divulgar o vídeo recebido em que o motorista fala sobre o caso para preservar a vítima que pediu não ser identificada.
Conflito
Na próxima segunda-feira (6) será realizada uma reunião entre taxistas, vereadores e promotores para tratar do problema. Até o momento não há regulamentação do Uber em Belo Horizonte. Sendo assim, a expectativa é que seja feito um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que atenderia algumas das reclamações dos taxistas até a criação de uma lei municipal. Há dois projetos sobre o assunto tramitando na Câmara Municipal da capital e eles devem ser analisados em agosto.
O Uber
Para utilizar o serviço é preciso pagar com cartão de crédito por meio do aplicativo. O passageiro também pode calcular o preço de acordo com o trajeto. Ao entrar no táxi é possível ainda mandar seu percurso para alguém de confiançaque pode acompanhar o trajeto pelo celular.
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