Transporte Público

Move 10 anos: passageiros elogiam corredores exclusivos, mas pedem melhorias

Segundo usuários, o serviço precisa de ônibus em melhores condições e reforma nas estações; Move foi inaugurado em março de 2014

Por Bruno Daniel
Publicado em 08 de março de 2024 | 16:17
 
 
Move foi inaugurado no dia 8 de março de 2014 Foto: DENILTON DIAS / O TEMPO

O Move foi implementado em Belo Horizonte para a Copa do Mundo de 2014 com muitas promessas. Uma delas era diminuir o tempo de viagem dos passageiros, que passavam muito tempo no transporte público devido ao trânsito intenso da capital. Dez anos depois, os usuários do transporte entendem que esse objetivo foi atingido, principalmente nos corredores exclusivos. No entanto, muitos cobram melhorias nos ônibus e nas estações.

"Antes, era uma hora ou mais. Agora, da estação São Gabriel até o centro, são 15 minutos, no máximo", relata o mestre de obras José Maria de Sousa, de 53 anos, que mora no bairro Capitão Eduardo, região Nordeste da capital. Outra vantagem deste modelo de transporte, segundo ele, é o deslocamento direto em algumas linhas, sem a necessidade de paradas durante o itinerário. "Isso ajuda muito. Você pega um ônibus e já desce no ponto final. É um benefício que se soma à pista exclusiva só para o Move e deixa a viagem mais rápida", elogia.

A agilidade do sistema também é elogiada pelo professor Alisson Manoel Aguiar de Paula, de 45. Para ele, que mora no bairro Jaqueline, região Norte, houve ganho de tempo, mesmo precisando utilizar dois ônibus diferentes para se deslocar. "Antes eu pegava apenas um. Ele passava pela avenida Cristiano Machado e parava no centro. Agora, uso um da linha alimentadora até a estação, e depois o ônibus do Move", conta.

Os corredores exclusivos, implementados nas avenidas Dom Pedro I, Antônio Carlos, Cristiano Machado, Santos Dumont e Paraná, são avaliados como positivos para a autônoma Gleice da Silva Alves Santiago, de 47. Ela afirma que costuma deixar o carro em casa já que o seu trajeto permite utilizar ônibus que deslocam por essas faixas restritas ao transporte público, o que diminui o tempo de viagem.

"Antigamente, não tinha essa área só de ônibus. Então era muito mais demorado. Era uns 40 minutos, mais ou menos. Hoje não passa de 25 minutos", relata.

Pode melhorar

Apesar do menor tempo de deslocamento por causa das pistas exclusivas, os passageiros cobram por melhorias no sistema Move. Uma delas é em relação à quantidade de viagens. "Em horários de pico, precisa ter mais Move", pede o professor Alisson Manoel.

Outro ponto é a qualidade dos veículos.  Segundo o mestre de obras José Maria de Sousa, o estado de conservação dos ônibus é ruim. Um problema que, de acordo com o usuário do transporte público, fica ainda pior em dias de chuva, com goteiras dentro do veículo. "Chovendo mais dentro do que fora do ônibus. Isso sem falar no barulho. Às vezes não tem como você fazer aquela viagem completa sem aquele barulho. Isso incomoda", aponta.

Para a autônoma Gleice da Silva, melhorias também precisam ser feitas nas estações. Ela afirma se sentir insegura, e pede reforço no número de profissionais. Outro ponto, segundo a autônoma, é a falta de acessibilidade. Um problema que segundo ela se repete em várias estações. "Vejo cadeirantes precisando entrar, e é difícil. É preciso dar mais facilidade", solicita.