Abuso sexual

MP de Minas recebe duas denúncias contra o médium João de Deus

Ao jornal O TEMPO, o órgão informou que as declarações serão enviadas ao Ministério Público de Goiás

Por Gabriel Moraes* e Heitor Mazzoco
Publicado em 10 de dezembro de 2018 | 18:41
 
 
MP de Minas recebe duas denúncias contra o médium João de Deus Foto: Claudio Reis/Eleven

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apura duas denúncias de abuso sexual contra o médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus. As supostas vítimas não tiveram seus nomes revelados. As denunciantes serão ouvidas nesta terça-feira (11) na capital mineira. 

Ao jornal O TEMPO, o MPMG informou que as declarações serão enviadas ao Ministério Público de Goiás. Isso porque os atendimentos e supostos abusos ocorreram em Abadiânia, cidade localizada a 90 km de Goiânia.

O contato para denúncias de possíveis vítimas em Minas Gerais é (31) 3330-8394.

Ao menos 200 mulheres denunciaram o médium até o momento. 

Declarações

Representantes do Ministério Público de São Paulo e de Goiás também vão colher depoimentos de supostas vítimas de João de Deus nesta semana. 

Em São Paulo, mulheres entraram em contato nas últimas horas junto ao MP com possíveis denúncias contra o médium. 

Já em Goiás, uma força-tarefa foi montada para dar andamento às investigações. Quatro promotores foram deslocados para apurar o caso. De acordo com o MP de Goiás, eventuais ações penais contra João de Deus tramitarão na Comarca de Abadiânia. Caso seja comprovado estupro - em menores de idade - João de Deus pode pegar até 15 anos de prisão por ato cometido.  

O MP de Goiás criou um e-mail específico para receber denúncias: denuncias@mpgo.mp.br, porque a maioria das vítimas é de Goiás. Porém, há denúncias de mulheres que moram fora do país, como revelou a TV Globo na última semana. 

"Os relatos poderão ser encaminhados por esse e-mail, cujo sigilo é assegurado, pois ele só será acessado pelos integrantes da força-tarefa", diz nota do MP de Goiás. 

Medidas Cautelares 

O MP de Goiás informou ainda que medidas cautelares podem ser requisitadas com base nos depoimentos das supostas vítimas. Luciano Meireles, um dos promotores no caso, afirmou  "que requerer alguma medida sem o teor dos depoimentos pode ser precipitado e improdutivo".

Entre as medidas mencionadas estariam a interdição do centro de atendimento do médium em Abadiânia e até a prisão do acusado. Sobre a interdição do centro, o promotor pontuou que ela poderia ocorrer, se verificado que o local é voltado para a prática de crimes.