Em meio ao murmúrio de pessoas, carros e comércio no Centro de Belo Horizonte, uma voz se sobrepõe – "é uma cobra de verdade?", pergunta uma pedestre a uma mulher que, ancorada nas paredes de uma loja, segura uma jiboia na rua. Desafiada, ela estende a serpente, que se mexe e revela os quase dois metros de extensão. "Eu tenho quatro em casa", diz a moça.
Acumulando pavor e maravilha, a situação ocorre, segundo a dona do bicho, diariamente nas vias da capital. "Todo dia eu saio pra passear com uma, hoje foi essa", diz. Uma idosa, que acompanhou de longe a cena, relatou que a mulher cobrava R$ 2 para que os transeuntes apalpassem o animal. Contudo, nada fora cobrado dos pedestres durante o tempo que a reportagem acompanhou a cena. A dona dos animais nega que já tenha pedido dinheiro.
Questionada se os animais não seriam perigosos, a dona da cobra nega, mas mostra em seu braço algumas feridas, que segundo ela seriam mordidas das cobras. A mulher, que não quis ser identificada, diz que mora próximo à Avenida Bias Fortes e que comprou os quatro bichos de uma criadora credenciada em Minas. "Uma das únicas", ressalta.