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Mulher que divulgou vídeo sobre caixão com pedras é indiciada pela Polícia Civil

A suspeita fez um vídeo dizendo que havia pedras nos caixões enterrados em Belo Horizonte, e não vítimas da Covid-19

Por Natália Oliveira
Publicado em 24 de agosto de 2020 | 09:53
 
 
Mulher pediu perdão nesta quarta Foto: Redes sociais

A Polícia Civil concluiu, nesta segunda-feira (24), o inquérito sobre o vídeo, compartilhado nas redes sociais, em que uma mulher afirma que caixões estariam sendo enterrados com pedras no lugar vítimas do novo coronavírus.  Segundo as investigações, as informações eram falsas. 

A autora do vídeo, Valdete Zanco, foi indiciada pelo crime de denunciação caluniosa, que prevê pena de dois a oito anos, e pela contravenção penal de provocação de pânico ou tumulto, com pena que varia de 15 dias a seis meses de reclusão. O inquérito foi encaminhado para a Justiça. 

As imagens foram divulgadas em maio deste ano, e a suspeita sugeriu o envolvimento da Prefeitura de Belo Horizonte na suposta farsa. “Mandaram arrancar todos os caixões para poder fazer o exame e ver se é coronavírus mesmo. Sabe o que tinha dentro? Pedra e madeira. Um monte de caixão cheio de pedra e madeira. Palhaçada, não?”, disse a mulher no vídeo. 

A mulher que fez o vídeo foi identificada e encontrada pela polícia em Jacutinga, no Sul de Minas, e prestou depoimento na cidade. Na época, a mulher chegou a fazer um vídeo pedindo desculpas por ter divulgado a notícia falsa.

“Quero primeiramente dar bom-dia para todos, agradecer à Polícia Civil, que está aqui. Quero pedir desculpa, perdão para o prefeito de BH, para o governador, o Estado de Minas Gerais e para as famílias que se sentiram entristecidas com aquilo. Quero, diante de todos, pedir desculpas e perdão, não era a minha intenção, eu não propaguei. Estou muito triste, sofri bastante com tudo isso que aconteceu e estou aqui para pedir desculpas e perdão”, disse. 

O advogado dela chegou a conversar com a reportagem de O TEMPO em maio e explicar o que a motivou a fazer o primeiro vídeo. “No dia 27 de abril, ela viu no Facebook uma publicação que tratava essa questão. No outro dia, no trabalho, um cliente chegou e começou a falar do mesmo assunto. Então, ela fez um juízo de que aquilo era verdade e gravou para o irmão, em um grupo de família com cerca de 15 pessoas, sem interesse político. São pessoas simples. Pessoas fora de Minas Gerais. Nós não sabemos como vazou para um grupo de canal no YouTube. Acredito que daí surgiu a denúncia e repercutiu isso tudo. Pessoas do convívio dela contaram que tinha viralizado”, explicou Alexsander Ribeiro. 

Na época, a Prefeitura de Belo Horizonte também esclareceu sobre os sepultamentos, dizendo que, “nos cemitérios municipais de BH, os sepultamentos são feitos mediante a apresentação de atestado de óbito ou da guia de sepultamento emitida pelo cartório, em conformidade com as informações contida no atestado de óbito. Esta deve ser apresentada no cemitério, acompanhada de documentos pessoais do solicitante”, disse a PBH.