REDE DE MOBILIZAÇÃO

Mulheres fazem vigília para denunciar violência e se unem em protesto

Ato nacional também acontece em BH nesta quarta-feira e rede de mobilização dá vida a ações como a distribuição de cartões com orientações sobre como proceder em caso de violência sexual

Por JULIANA BAETA
Publicado em 31 de maio de 2016 | 19:46
 
 
Cartões serão distribuídos no ato desta quarta-feira (1º) em Belo Horizonte ARQUIVO PESSOAL

A repercussão do estupro de uma adolescente de 16 anos no Rio de Janeiro tem gerado mobilização de mulheres em todo o país. A indignação se dá principalmente por como o caso foi tratado no início pelo delegado Alessandro Thiers, afastado das investigações recentemente para dar lugar a delegada Cristiana Bento. Em Belo Horizonte, o ato irá começar na praça Sete nesta quarta-feira (1º) às 17h30 e seguirá para a praça da Liberdade.

Em várias cidades do país o ato será replicado no mesmo dia e horário em uma espécie de "vigília feminista". "O objetivo é lembrar que várias mulheres são estupradas diariamente no Brasil e lutar por justiça para todas as mulheres. As feministas já estão nesta luta há bastante tempo e a visibilidade deste caso do Rio serviu para outras mulheres se unirem a este movimento", conta a analista de sistemas Bárbara Sanches.

Denominado "Por todas elas" o evento marcado no Facebook em Belo Horizonte já conta com quase 9 mil pessoas confirmadas. A orientação é para que as participantes do ato estejam vestidas de preto - para representar os acontecimentos recentes - ou branco - pela paz.

Cartão informativo

Da mobilização dos grupos de mulheres em Belo Horizonte e Minas Gerais surgiram também ações como a divulgação de um vídeo por dia com várias mulheres se posicionando contra a violência contra a mulher por um período de 33 dias. Outra ação que será propagada no ato desta quarta é a distribuição de "cartões de visita" com orientações práticas para as mulheres vítimas de violência sexual.

A ideia foi concebida por meio da união de ideias dos grupos formados por mulheres de diversas áreas como médicas, jornalistas, designers, assistentes sociais, biólogas, profissionais da tecnologia da informação, entre outras. Em um verso do cartão estão as orientações técnicas sobre como proceder em um caso de estupro, por exemplo, não tomar banho ou trocar de roupa e ir diretamente fazer os exames para comprovar o crime, e no outro os endereços, telefones e os ônibus que passam pelos hospitais referência para atendimento às vítimas de violência sexual em Belo Horizonte.

Há também o número do Disque Denúncia - 180 - em destaque para denunciar anonimamente ou não os casos de violência contra a mulher em qualquer horário ou dia. Cerca de três mil cartões foram impressos e serão distribuído no ato para que sejam redistribuídos nas escolas, comunidades, local de trabalho etc. Posteriormente, o modelo dos cartões será disponibilizado na página Vigília Feminista no Facebook para ser impresso e distribuído por quem quiser.