Em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (26), na Cidade Administrativa, região Norte de Belo Horizonte, o secretário de estado de Saúde, Fábio Baccheretti, admitiu que os casos de covid-19 estão em alta, mas que isso ainda não reflete no número de internações e mortes pela doença, que não sofreram alterações significativas. Baccheretti aproveitou para alertar sobre a importância da vacina e tranquilizar aqueles que temem o recrudescimento da pandemia. “Não há motivo para imaginarmos uma 4ª onda da pandemia”, disse.

Segundo dados do boletim epidemiológico desta quinta-feira, foram confirmados 4.383 casos da doença nas últimas 24h e 13 mortes. Para Baccheretti, esse aumento no número de casos é algo esperado para a época do ano, uma vez que a covid-19, assim como outras doenças respiratórias, deve obter um caráter sazonal, sendo mais comum entre março e julho.

"A covid-19 vai aumentar. O que estamos observando agora, nada mais é do que o esperado. Não há cepas novas, não é um momento de fragilidade vacinal da população", explicou.

Desde o início da pandemia, Minas Gerais já registrou mais de 3,3 milhões de casos positivos e 61.533 mortes pela doença.

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Confira os principais pontos da entrevista

Uso de máscaras

Questionado sobre a possibilidade de retomar o uso de máscaras em ambientes fechados para conter o avanço do coronavírus, o secretário disse que a SES-MG não pretende criar nenhuma obrigatoriedade, mas vai apoiar a decisão das prefeituras que quiserem seguir esse caminho.

“O município tem essa prerrogativa e o Estado vai sempre apoiar qualquer medida que visa controlar a circulação de doenças”, disse.

Mesmo sem retomar a obrigatoriedade, Baccheretti disse que a prática deverá ser adotada, especialmente, pelas crianças.

“Se comparamos com 2019, o número de crianças que estão internadas (por doenças respiratórias) não é diferente do que temos hoje. Obviamente que a gente tem um novo comportamento no uso da máscara. As minhas filhas têm menos de 5 anos e elas usam máscara na escola todos os dias, apesar de não ser uma obrigação. É uma rotina que deve continuar, sendo muito sincero, por anos’

4ª dose da vacina

Minas Gerais estuda ampliar a aplicação da 4ª dose de vacina contra o coronavírus para pessoas de até 18 anos. A medida, porém, depende dos estoques de imunizantes que estão sob o poder do governo federal.

Segundo Baccheretti, a SES-MG e outras secretarias de saúde do Brasil estão em negociação com o governo federal para que essa liberação ocorra em breve.

“O Governo Federal liberou a segunda dose de reforço para pessoas com mais de 80 anos, e Minas, que tinha estoque de vacina, reduziu a cobertura para 60 anos. Hoje, levaremos para  resolução do Ministério da Saúde a utilização das vacinas para ampliar o público-alvo, tendo em vista o tempo da terceira dose”, explicou.

Caso o desfecho da negociação seja positivo, Minas Gerais deve adotar uma escala diferente para a convocação dos grupos para tentar dar mais fluxo na vacinação. A ideia é ampliar as faixas etárias convocadas e priorizar os grupos considerados mais vulneráveis, como os profissionais da saúde e as pessoas com comorbidades.

Após a fala, Baccheretti reforçou que os estudos sobre a eficácia dos imunizantes apontam que a 3ª dose é suficiente para controlar a gravidade da doença na maioria das pessoas.

Hepatite misteriosa e varíola do macaco

Ambas as doenças que ganharam o noticiário nas últimas semanas ainda não estão no radar de preocupações em Minas Gerais. Sobre a hepatite, Baccheretti explicou que a causa da doença ainda é desconhecida e, pelo que foi observado, crianças não vacinadas contra o coronavírus estariam entre os casos suspeitos.

No estado são oito casos sob investigação até o momento, algo que ainda não desperta nenhuma preocupação. “Não é uma doença de epidemia, é muito mais racional do que outros vírus”, detalhou o secretário.

Sobre a varíola do macaco, Baccheretti, diz que o comportamento da doença será “pontual”, não chegando ao status de epidemia. “Não há expectativa de epidemia de varíola de macacos no Brasil, em Minas Gerais. É, obviamente, um vírus que vai chegar aqui pontualmente, não é questão de a população ter uma nova epidemia, não vai acontecer isso”, reforçou.