'Corpo Blindado'

Operação prende 18 pessoas por esquema de venda de anabolizantes

Segundo a investigação, os suspeitos também vendiam drogas ilícitas, medicamentos controlados, entorpecentes sintetizados e produtos sem registro ou origem

Por Natália Oliveira e Fernanda Viegas
Publicado em 17 de março de 2017 | 16:54
 
 
Medicamentos e anabolizantes foram apreendidos Gaeco/Divulgação

As polícias Civil e Militar junto com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deflagraram nesta quinta-feira (17) a operação “Corpo Blindado” prendendo 18 pessoas e emitindo 40 mandados de busca e apreensão por um esquema criminoso voltado à comercialização e distribuição de entorpecentes sintetizados, anabolizantes, medicamentos controlados, drogas ilícitas e outros produtos sem registro e origem. Há ainda nove pessoas foragidas.

De acordo com o delegado da Polícia Civil, Gilmaro Alves, cedido ao Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPMG de Ipatinga, no Vale do Aço, o monitoramento da quadrilha começou pelo Facebook. “Eles têm uma página onde vendiam os produtos livremente. A partir daí nós começamos a monitorar essas pessoas e ir atrás delas”, explicou o delegado.

Segundo ele, do monitoramento estava acontecendo há oito meses em várias cidades de Belo Horizonte. Dos presos foram 11 em Ipatinga, no Vale do Aço, três em Timóteo, no Rio Doce, duas em Belo Horizonte, uma em Caratinga, no Rio Doce, e outra em Coronel Fabriciano, também no Rio Doce.

Ainda de acordo com o delegado, a conta bancária dos suspeitos foi rastreada e também foi investigada a conta de Facebook e Whatsapp deles, com o objetivo de chegar até mais envolvidos no caso.

“Os suspeitos que tinham envolvimento com anabolizantes vendiam principalmente para academias, já que os que cuidavam das drogas sintéticas e medicamentos tinham como alvo a classe média. Eles inclusive entregavam a droga na casa dos clientes”, explica  Alves. De acordo com ele, os presos e os foragidos mantinham contato para a criminalidade.

O promotor de Justiça de Caratinga, Francisco  ngelo Assis Silva contou que a quadrilha vendia os produtos para todo o Brasil por meio da internet. “O crime que eles cometeram é considerado extremamente grave e tem uma das penas mais altas de 10 a 15 anos de prisão”, explicou o promotor.

Além da venda, os suspeitos também prestavam ”consultoria” aos usuários, “prescrevendo” qual produto utilizar, a forma de se fazer o uso e a dieta adequada para o tratamento. Além dos anabolizantes e das drogas sintéticas houve apreensão também de maconha e cocaína com os envolvidos. A cocaína também era vendida e sempre para pessoas de classe média alta.

As policiais e o Ministério Público de Minas Gerais ainda estão mantendo as investigações e a procura de mais pessoas envolvidas no esquema. 

Fisiculturista conhecido na Educação Física é ouvido

O fisiculturista, educador físico e fisioterapeuta Fernando Noronha de Almeida, 40, é um dos investigados na operação. Ele prestou depoimento em uma delegacia e negou participação no esquema criminoso. Segundo a polícia ele ainda está sendo investigado e não foi preso.

"Foram na minha academia e não apreenderam nada lá. Me pediram para ir a delegacia e eu fui. Lá, me perguntaram se eu conhecia umas pessoas. Uma delas era um cara com quem eu treinava, que estava sendo investigado. Pegaram o meu celular e viram as conversas que eu tinha com ele. Depois, me liberaram", explicou Almeida, mais conhecido como Maradona. Ele é o dono da FMA Studio, que fica no Buritis, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.