Bairro Santa Cruz

Pastor tem surto, se esfaqueia e tenta atacar mulher grávida com martelo

Policiais invadiram o apartamento em que o casal vive e negociaram com o homem a liberação da esposa e a própria entrega

Por Michelyne Kubitschek e Lara Alves
Publicado em 11 de abril de 2019 | 08:04
 
 
Caso Santa Cruz Foto: Cristiane Mattos/O TEMPO

Um pastor de 48 anos teve um surto psicótico e tentou cometer suicídio depois de agredir sua companheira, de 38 anos, grávida do primeiro filho do casal. O crime aconteceu no bairro Santa Cruz, na região Nordeste de Belo Horizonte, na manhã desta quinta-feira (11).

À Polícia Militar (PM), testemunhas disseram ter ouvido gritos da vítima, que levou marteladas do marido logo pela manhã. A mulher conseguiu correr e se trancar em um dos quartos do apartamento. Da janela do imóvel, ela gritou por socorro.

Descontrolado, o pastor foi até a cozinha, pegou uma faca e começou a cortar o próprio corpo. "Não sabemos precisar a quantidade de cortes, mas, pela quantidade de sangue, dá para perceber que ele se feriu muito", afirmou o tenente Daniel Pantuzzo, que acompanhava a ocorrência.

Militares do 16° Batalhão e do Bope tentavam negociar com o homem sua rendição. "Ele não conversava. Só falava que queria morrer. E nós tentavamos colher informações, conversar, mas, com a negativa, acionamos o Bope para conduzir as negociações", disse o tenente.

Imobilizado com laser

O pastor chegou a introduzir parte da faca no abdômen. Os policiais militares invadiram o apartamento em que o casal vive e precisaram utilizar uma arma taser, de choque, para imobilizar o suspeito. "Foi utilizado equipamento de choque, de menor poder ofensivo. Quando ele perdeu a força, a PM fez a contenção".

Segundo o oficial, o caso será conduzido pela PM como crime de violência contra a mulher. O casal foi socorrido pelo Samu e encaminhado ao Hospital Odilon Behrens.

"Até chamava a gente para a igreja", disse vizinha

Uma moradora da rua em que o crime aconteceu, que pediu para não ser identificada, revelou que o pastor nunca havia demonstrado sinais de agressividade. "Até chamava a gente para a igreja, que é aquela ali, da baleia (formato do templo). Era muito tranquilo. Ontem mesmo ele estava passeando com a cahorrinha deles na rua. Estou chocada", lamentou

"Brigavam como todo casal", diz morador

Vizinho do mesmo prédio há pelo menos cinco anos, um homem de 36 anos diz que a aparência pacata do suspeito não condiz com a cena com que ele se deparou nessa manhã. "A gente ouvia briga deles, mas nada grave. Brigavam de seis em seis meses mais ou menos. Ele sempre foi muito calado", detalhou.

Família do interior

O casal se mudou para o bairro Santa Cruz havia cinco anos, segundo informações dos vizinhos. Natural de uma cidade do interior não revelada pela PM, a vítima teria pedido aos policiais que não repassassem informações detalhadas à imprensa, temendo que notícias do caso chegassem até os pais dela. "Ao que tudo indica o pai da vítima está doente, com câncer, e ela está com medo de a situação dele se complicar ao saber de tudo", comentou um dos militares que atuaram no caso

Texto atualizado às 9h47