Denunciação criminosa

PC conclui que mulher inventou sequestro e racismo em parada de ônibus

Jamille Stephanie Sales Azevedo, 22 anos, denunciou em junho deste ano que uma mulher tentou raptar sua filha em uma parada de ônibus em Perdões, Centro-Oeste de Minas

Por Aline Diniz
Publicado em 20 de outubro de 2017 | 10:01
 
 
Jamille denunciou que foi vítima de racismo após a tentativa de sequestro da filha, mas polícia desmentiu a versão Foto: João Lêus

A Polícia Civil concluiu o inquérito que investigava uma suspeita de injúria racial e de tentativa de subtração de menores em uma parada de ônibus em Perdões, na região Centro-Oeste de Minas. A até então vítima do caso, Jamille Stephanie Sales Azevedo, 22 anos, foi indiciada por denunciação criminosa. Mais detalhes sobre o processo serão informados pela polícia em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (20).

Na época em que denunciou o caso, em junho, a estudante de enfermagem, que é negra, relatou que uma criminosa se passou por mãe da criança de 1 ano e 5 meses e tentou raptá-la. Ela disse ainda que confrontou a mulher e que precisou usar fotos e vídeos de redes sociais para provar para testemunhas que era a verdadeira mãe de sua filha, que é branca e tem olhos claros. Jamille viajava com a filha para São Paulo, onde passaria um fim de semana com o marido e pai da criança.

Relembre

O caso veio à tona após Jamille fazer um desabafo nas redes sociais. Ela contou a O TEMPO, na época, que quando ela entrou no banheiro, uma mulher começou a brincar com a criança e a pegou pela mão.

"Eu não me importei, mas, de repente, ela começou a gritar: ‘Solta a minha filha’. Eu olhei para trás e para os lados, não acreditei que era comigo. E ela repetiu: ‘Solta minha filha’”, narrou Jamille. Na sequência, uma funcionária do estabelecimento teria se aproximado e questionado o que estava ocorrendo. “Ela disse com todas as letras: ‘Essa preta pegou a minha filha’”, contou.

A mulher que teria tentado levar a criança era branca, aparentava ter 30 anos e estava bem-vestida. Durante as investigações, quando dúvidas sobre a veracidade do relato começaram a surgir, Jamille negou que tivesse inventado a história.