Aglomeração

Prefeitura interdita evento de rock em Contagem

Segundo comerciantes da cidade, apresentações musicais realizadas neste sábado (13) descumpriram regras sanitárias municipais

Por Rafael Rocha
Publicado em 13 de fevereiro de 2021 | 21:07
 
 
Evento de rock em Contagem estaria descumprindo decreto municipal Foto: Reprodução/Redes Sociais

Um evento de rock foi interditado na noite deste sábado (13), em Contagem, após reclamação de comerciantes do município. Segundo eles, várias regras sanitárias foram descumpridas durante os shows.

As apresentações de bandas roqueiras vinham sendo anunciadas há dias nas redes sociais. Intitulado Bar Box, o evento, promovido pelo Mister Rock BH, prometia shows presenciais de três grupos de rock, com ingressos cujos preços iam até R$20,00. 

A divulgação garantia que as regras sanitárias municipais seriam cumpridas, mas logo na entrada uma fila com diversas pessoas chamava atenção de quem passava na porta do Espaço Vip, situado à avenida Babita Camargos, 199, na Cidade Industrial.

O evento chegou a durar algumas horas, mas acabou sendo interditado pela fiscalização municipal por volta das 20h. A prefeitura informou que o evento realmente não possuia autorização para funcionar e que atraiu entre 400 e 500 pessoas. A interdição foi realizada pelos fiscais de Postura, Guarda Civil e Vigilância Sanitária.

Alguns vídeos supostamente gravados no interior do evento demonstram comportamentos que sugerem possíveis aglomerações. Pessoas que antes estavam sentadas se levantavam durante os shows. Algumas foram para a parte frontal do palco. A determinação municipal de que somente duas pessoas podem ocupar o palco em apresentações musicais também não teria sido observada.

A reportagem tentou contato com a organização do evento musical, mas nenhum dos telefones informados nas redes sociais atendeu às ligações ou mensagens no sábado. No domingo, o proprietário do Mister Rock conseguiu retornar as chamadas (veja versão dele abaixo). 

“A prefeitura só resolveu interditar o evento depois da pressão que fizemos aqui na porta”, informou o comerciante Jean Louis Parreiras Ambrósio. Segundo ele, o evento infringiu várias regras impostas no decreto publicado pela prefeitura no último dia 27 de janeiro. Além dele, outros comerciantes foram protestar na porta do local de eventos.

A organização dos shows informava que a ambientação teria mesas separadas por gradis. Pessoas que estiveram no local, no entanto, afirmam que essa regra também foi descumprida. “Tinha fila na hora da entrada. Durante os shows, houve gente que ficou em pé. Por que esse evento, organizado por uma casa de show de BH, aconteceu aqui em Contagem num sábado de Carnaval?”, finalizou Ambrósio.

Empresário nega venda de ingressos

Lucélio Henrique, proprietário do Mister Rock, por sua vez, alega que não houve venda de ingresso em qualquer momento, mas admite que seria cobrado, a partir das 16h, couvert artístico devido às apresentações ao vivo que ocorreram. Contudo, o empresário disse que o valor, de R$ 16, não chegou a ser praticado.

Ele afirma que comerciantes que “o teriam como concorrente” estiveram no local, forçando a fiscalização, e que se “passavam por clientes”. Lucélio Henrique, que começou a conversa afirmando que “processaria o jornal”, argumenta que houve duas visitas da fiscalização da prefeitura de Contagem no local. Na primeira, de acordo com ele, não foram encontradas irregularidades. Na segunda, o fiscal determinou a interdição. 

“O segundo fiscal, veio mais tarde, mais de 20h, de outro turno, já chegou lá para interditar alegando que estávamos vendendo ingresso. Não teve nem papo com ele. Argumentaram que a gente poderia ter direito à defesa. Mas quem vai arcar com meu prejuízo de ter que parar antes do horário previsto?”, defendeu o proprietário.

Reportagem atualizada às 15h07 deste domingo (14), após entrevista com o proprietário do Mister Rock