“Eu tenho medo de não escutar a sirene tocar de madrugada, porque, quando eu durmo, estou cansada”. Com apenas 7 anos, essa é a maior preocupação de Amanda Souza Silva, moradora do bairro Residencial, em Congonhas, que fica abaixo da barragem Casa de Pedra, da CSN. A mãe dela, Jenifer Souza Pereira, 28, também tem vivido sobressaltada. “Qualquer barulho eu fico pensando que é a sirene que eles colocaram. Eu até tirei os mais velhos da escola aqui perto e coloquei em outra mais longe, que fica numa parte mais alta”, relata a dona de casa, que precisa caminhar meia hora para ir e outra meia hora para voltar para levar as crianças. “A mais nova vai ficar na creche, que é aqui perto. Fico muito preocupada”, desabafa Jenifer.
O receio também atingiu a filha de Michelle Salgado, 34. “Ela tem só 5 anos e queria estudar aqui perto. Mas depois que eu expliquei que ficava perto da barragem, ela ficou com medo de acontecer o mesmo de Brumadinho”, conta Michelle, que completa: “Para mim, a melhor saída é eles secarem essa barragem.”
No meio do ano passado, a CSN fez testes de sirene, mas, segundo os moradores, o som não foi ouvido em todos os pontos da cidade. Um novo teste foi marcado para dezembro de 2018, mas foi cancelado, também segundo os moradores.