Crise hídrica

Presidente da Copasa diz que rodízio programado será adotado em breve

Sinara Meireles Chenna afirmou que deverá adotar a medida em breve, durante entrevista ao MG TV, da rede Globo

Sex, 23/01/15 - 12h41
Morador do bairro Piratininga denuncia que vazamento perdura há mais de dois dias | Foto: José Antônio Soares / Web Repórter

Em breve a região metropolitana de Belo Horizonte deverá viver situação parecida com a de cidades do interior do Estado, como Ouro Preto, na região Central, e Viçosa, na Zona da Mata, que já adotaram um rodízio no fornecimento de água. A informação é da presidente da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), Sinara Meireles Chenna, que concedeu uma entrevista ao jornal MG TV, da rede Globo, no início da tarde desta sexta-feira (23).

Apesar de O TEMPO já ter recebido diversos relatos de moradores de bairros de BH e outros municípios, a empresa ainda admite apenas que o rodízio deverá ser uma das próximas medidas a serem tomadas. "Os 30% que ainda temos em nossos reservatórios daria para ser utilizado nos próximos três meses, isso se considerar o atual padrão de consumo. Por isso pretendemos adotar o rodízio programado, para que as pessoas possam se organizar, e esperamos que a população nos ajude com a economia", afirmou a presidente durante a entrevista.

Entre as medidas divulgadas nesta quinta-feira (22) e que poderão ser adotadas no Estado, está também o destacamento na grande BH de 40 equipes de campo com equipamentos para atuação nos vazamentos na grande BH, que seria uma das principais causas das perdas no sistema. "O objetivo é otimizar os processos de estancamento de vazamentos. Essas equipes já começam a iniciar o trabalho a partir da semana que vem", disse Sinara Meireles à rede de TV.

Conforme a companhia de abastecimento, o tempo médio de ação para interrupção de um vazamento hoje é de 9 horas. Apesar disso, moradores do bairro Piratininga, na região de Venda Nova, afirmam que um vazamento na rua Norma, próximo ao Posto de Saúde do bairro, está acontecendo há mais de 2 dias.

"Já chamamos a Copasa diversas vezes e nada até hoje. A questão é que eles pedem para a população economizar, mas deixam esse desperdício absurdo", protestou um morador da região que preferiu não ser identificado. A empresa foi procurada pela reportagem, entretanto, até o momento ainda não se posicionou sobre o vazamento.

Veja as medidas anunciadas pela presidente da Copasa:

1-    Disponibilizar no site da COPASA informações diárias sobre o nível dos reservatórios de abastecimento na RMBH.
2-    Destacar 40 equipes de campo na RMBH com equipamentos para atuação nos vazamentos, uma das principais causas das perdas no sistema, reduzindo o tempo de ação para interrupção do vazamento que hoje, na média, é de 9 horas.
3-    Implantar nova rotina para programação dos atendimentos de campo para realização de manutenções corretivas e preventivas.
4-    Revisar os procedimentos de operação do sistema integrado visando minimizar os transtornos causados pela falta d´água em localidades da RMBH. Trata-se de rodízio no abastecimento a ser realizado com programação pré-definida.
5-    Realizar Campanha Educativa com o principal objetivo de reduzir o consumo de água em pelo menos 30% na RMBH.
6-    Intensificar a contratação de caminhões pipa e a perfuração de poços artesianos, nas regiões mais críticas também no restante do Estado para atendimentos emergenciais.
7-    Envio à autoridade gestora de recursos hídricos do estado de solicitação de declaração de situação crítica de escassez de recursos hídricos
8-    Atuar na adoção de outros mecanismos previstos legalmente, associados ao racionamento de água, inclusive mecanismos tarifários de contingência aprovados pela ARSAE, se for o caso.
9-    Executar a captação de 5 m³/s  no Rio Paraopeba para a Estação de Tratamento de Água do Rio Manso.

Atualizada às 14h13

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