Crimes sexuais

Professor universitário indiciado pela polícia praticava BDSM com alunas em MG

Informações constam em inquérito concluído pela Polícia Civil; docente foi afastado da Unimontes desde o início das investigações

Por Gabriel Rezende
Publicado em 24 de março de 2023 | 23:46
 
 
Pés de maconha foram na Unimontes Foto: Google Street View/reprodução

Um professor de 46 anos foi indiciado nesta sexta-feira (24) pela Polícia Civil por praticar crimes sexuais contra alunas na Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), no Norte de Minas Gerais. Conforme o inquérito, algumas das vítimas foram amordaçadas, vendadas e amarradas pelo docente para prática de BDSM — termo para Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo.

As investigações conseguiram comprovar os abusos em cinco casos. Segundo relato das alunas, as práticas ocorriam dentro da própria universidade. Além disso, o suspeito usava uma abordagem em que sugeria sessões de hipnose e massagem para as vítimas, para que elas conseguissem relaxar.

As investigações tiveram início após a coordenadora do curso de História ir à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para apresentar um relatório que citava dez possíveis vítimas. Em seguida, o servidor foi afastado por meio de portaria da própria instituição de ensino.

Segundo a delegada Karine Maia, as vítimas descrevem o professor como uma "pessoa manipuladora e que fazia jogos de sedução". O investigado, conforme a polícia, aproveitava-se da condição de docente para intimidar e constrangia as vítimas, coagindo-as a ceder a favores sexuais. Algumas delas relataram terem sido filmadas e fotografadas por ele sem consentimento.

"Ele [suspeito] foi indiciado cinco vezes por assédio sexual, duas vezes por fotografar ou registrar cenas de nudez, além de ato libidinoso”, explica a delegada.

O inquérito policial foi encaminhado ao fórum local e encontra-se à disposição da Justiça. Não há informação sobre prisão do professor.

Em nota, a Unimontes informou que "assim que tomou conhecimento dos fatos, determinou abertura de sindicância para a apuração das denúncias que concluíram para a abertura do Processo Administrativo Disciplinar (PAD)".

"O processo foi aberto e também nomeada comissão processante e os trabalhos encontram-se em fase de conclusão final. Essas são as manifestações da Universidade, tendo em vista, o sigilo que a questão exige", completa a posição.