Rentável

Quadrilhas do tráfico movimentam fortunas no Triângulo

Os aviões pousam em pistas clandestinas ou utilizadas por aviação agrícola no Triângulo, onde são rapidamente descarregados

Por Aline Diniz
Publicado em 27 de fevereiro de 2015 | 03:00
 
 

Quadrilhas de tráfico internacional de drogas movimentam milhões de reais no Triângulo Mineiro. A organização criminosa desmantelada na operação Navajo, em setembro do ano passado, movimentou ao menos R$ 440 milhões em dez anos de atuação. Durante a operação, agentes da Polícia Federal (PF) apreenderam US$ 200 mil e R$ 400 mil em espécie, além de 26 veículos (vários de luxo), uma lancha e uma moto aquática. A quadrilha havia adquirido 25 casas e apartamentos e quatro fazendas.

O negócio era rentável também para os pilotos que realizavam o transporte da droga. Para cada voo, eles chegavam a ganhar US$ 80 mil. As aeronaves usadas têm capacidade para transportar até 500 kg de pasta-base de cocaína, que chega a valer até R$ 3 milhões no mercado brasileiro.

Esquema. A pasta-base de cocaína é produzida na Colômbia, Bolívia e Peru. Desses locais, o entorpecente segue para a fronteira do Brasil com o Paraguai, onde é negociada e embarcada para o país em bimotores.

Os aviões pousam em pistas clandestinas ou utilizadas por aviação agrícola no Triângulo, onde são rapidamente descarregados. Uma pequena quantidade pode ser levada para a Europa, onde o quilo da pasta-base de cocaína chega a valer 20 mil euros.

O grosso da droga é enviado para as capitais Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, onde é misturado e distribuído.