CIDADES

Rapaz que matou 29 usou nome falso

Suspeito de matar líder comunitário em 2003 se apresentou com identidade de primo.

Por ANDRÉA SILVA
Publicado em 21 de setembro de 2006 | 00:02
 
 

O rapaz que confessou envolvimento em pelo menos 29 homicídios foi conduzido ontem à tarde para a Vara da Infância e Juventude. Édipo dos Santos, 18, conhecido como Psicopata, encabeçava a lista dos dez mais procurados divulgada há cerca de um mês pela Polícia Militar.

O suspeito era procurado pelo nome de Edmar dos Santos Mendes. Em 2003, ele foi detido acusado de envolvimento em um assassinato no bairro Taquaril, região Leste de Belo Horizonte, e, na época com apenas 15 anos, se apresentou aos policiais com o nome do primo.

Édipo dos Santos, segundo o delegado Antônio Cardoso Siqueira, supervisor da Divisão de Crimes Contra a Vida (DCcV), tem várias passagens pela polícia e, além dos homicídios confessos, dos quais quatro deles a Polícia Civil já localizou os inquéritos, o rapaz tem uma ficha extensa por crimes como furto, tráfico e uso de droga, porte ilegal de arma, lesão corporal.

"Ele é uma pessoa de grande periculosidade e, como a maioria dos delitos foi cometida quando menor, ele ficará acautelado, na responsabilidade do Juizado da Infância e Juventude", informou Siqueira.

Conforme o delegado, Santos ficará recolhido no Centro de Internação Provisória (Ceip), por um período de 45 dias, aguardando uma decisão do Poder Judiciário.

Quanto o assassinato da líder comunitária do Taquaril Marli de Cássia Mota Almeida, 48, e da filha dela, Simone Cássia de Almeida, 24, do qual o rapaz foi apontado com um dos responsáveis pelo crime, Siqueira informou que até o momento não há nenhum indício que ligue o rapaz ao duplo homicídio.

"O crime aconteceu em novembro de 2003 e um dos envolvidos, conhecido como Porcão, foi preso há bastante tempo. O Porcão foi visto por testemunhas no local e na época acabou confessando o crime", disse o policial.

Édipo dos Santos foi localizado na tarde de ontem, no bairro São Benedito, em Santa Luzia, na Grande Belo Horizonte, por integrantes do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam).

"Ele não resistiu à prisão e confessou os 29 homicídios. É um rapaz bastante estranho e não mostrou nenhum arrependimento", contou o cabo Pires.