TRAGÉDIA EM MARIANA

Samarco propõe mais um período de layoff para trabalhadores

Empresa está com as atividades paralisadas há quase dois anos

Por DA REDAÇÃO
Publicado em 18 de outubro de 2017 | 19:10
 
 
Para voltar a operar, a Samarco precisa obter duas licenças ambientais Foto: Lincon Zarbietti

A Samarco e os sindicatos Metabase, de Mariana, na região Central de Minas, e Sindimetal, do Espírito Santo, concordaram, em uma reunião realizada nesta quarta-feira (18), com mais uma prorrogação da suspensão dos contratos de trabalho (layoff) por mais cinco meses, de 1º de novembro de 2017 a 31 de março de 2018. A empresa está com as atividades paralisadas há quase dois anos, desde o rompimento da barragem de Fundão.

Caso a proposta seja aprovada pelas assembleias de trabalhadores, os empregados que continuarem em layoff terão os direitos atuais garantidos, recebendo o valor correspondente à sua renda líquida mensal. O atual período de layoff teve início em 1º de junho deste ano.
 
Segundo a Samarco, desde que as atividades foram paralisadas, a empresa recorreu a vários mecanismos legais, tais como licença remunerada, férias coletivas e suspensão dos contratos de trabalho. Hoje, a mineradora tem cerca de 1.800 empregados próprios, dos quais cerca de 800 estão com os contratos suspensos.
 
Para voltar a operar, a Samarco precisa obter duas licenças ambientais. A empresa já protocolou, junto à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad), o pedido de Licenciamento Operacional Corretivo (LOC) do Complexo de Germano e o pedido de licença para disposição de rejeitos na Cava de Alegria Sul. Os processos de licenciamento ambiental estão em andamento e não há data prevista para a retomada das operações.

No layoff, o contrato de trabalho e o pagamento do salário são suspensos. No entanto, a empresa precisa oferecer aos funcionários afastados treinamentos de requalificação, e os empregados têm direito a receber uma bolsa paga pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A Samarco paga uma ajuda de custo complementar até atingir o valor do salário líquido de cada empregado afastado e manteve benefícios como o plano de saúde e o vale-alimentação.