Cento e vinte e oito sacos contendo centenas de calçados doados às vítimas do rompimento da barragem I, da mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana, foram parar no aterro sanitário da cidade. As embalagens chegaram lacradas à Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos, mas foram abertas por funcionários do local, que teriam revirado o conteúdo em busca de sapatos em condições de uso.

Em publicação feita em uma rede social, o vereador do município Max Barrão (PP), disse que encaminhou ofício à Secretaria de Desenvolvimento Social de Brumadinho requerendo explicações sobre o porquê de as doações terem ido parar no lixo. “Disseram que os funcionários (do aterro) pegaram entre 60 e 70 pares em bom estado. Infelizmente, não fizeram a triagem devida”, declarou o parlamentar em vídeo feito em meio aos calçados.

A secretária de Desenvolvimento Social de Brumadinho, Chistiane Passos Nogueira, afirmou que todos os sapatos que estão no aterro passaram por triagem antes de serem encaminhados para descarte. “Eram sapatos furados, sem par, sem palmilha. Não é verdade essa informação de que eles estavam em condições de uso”, garantiu.

Christiane afirma que ainda há centenas de sapatos e roupas doados à cidade que se encontram em bom estado de conservação, mas que o material só pode ser doado a atingidos pela barragem, conforme recomendação do Ministério Público de Minas Gerais. “São três vezes mais sapatos do que os que foram descartados.  Temos cinco pessoas dedicadas exclusivamente à triagem das doações, que continuam a ser direcionadas a quem precisa", afirmou a secretária.