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Uma semana depois que as primeiras medidas restritivas começaram a ser adotadas em Minas Gerais, o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, reforçou que o isolamento social continua sendo a melhor alternativa de combater a propagação do coronavírus. Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (26), o gestor ponderou que só é possível avaliar os efeitos da medida 14 dias após o início das restrições.
“Não temos sinalização sequer de que a medida de isolamento tomada há uma semana já está surtindo efeito. Entendemos (o isolamento) como fundamental”, pontuou o titular da pasta. Ele disse entender as pressões dos setor econômico, que teme um impacto de grandes proporções em todo o país, mas afirmou que é preciso fazer um ajuste diante da capacidade do sistema de saúde pública, que não teria como absorver todos os infectados pelo coronavírus.
“Temos que pensar que é fundamental o ajuste e o acoplamento de casos que estão sendo notificados, a quantidade de demanda na rede pública de saúde e o isolamento social. O isolamento tem que corresponder à ação para que o sistema de saúde aguente e suporte novos casos”, explicou. Na avaliação de Carlos Amaral, qualquer flexibilização só poderá ser feita após se constatar que a permanência das pessoas em casa ajudou a achatar a curva de crescimento de novos casos no Estado.
Apesar disso, ele disse que o governo de Minas está atento aos impactos financeiros e sociais que o isolamento social vem causando ao Estado. “Não podemos antecipar (o fim das restrições) se não corre o risco de gerarmos desequilíbrio (na saúde), e também não deve ser procrastinado, de forma a trazer um desequilíbrio social e econômico ainda maior”.
O secretário reforçou também que o Estado ainda está fazendo ajustes em sua capacidade operacional e nos exames aplicados, além de estar montando leitos de terapia intensiva. Após essa etapa é que a equipe deve se debruçar para analisar se flexibiliza ou não a circulação de pessoas nas ruas.
Investimento
O governo de Minas também fez anúncios de investimentos para unidades hospitalares. Por meio do Pró-Hosp, programa voltado a hospitais de alta e média complexidade, serão destinados R$ 71 milhões para unidades consideradas âncoras no atendimento às vítimas de covid-19. Esse valor vai bancar 100% do custeio dos hospitais. “Também vamos fazer um aporte de 25% do valor do Pró-Hosp Gestão Compartilhada para alguns dos maiores hospitais de Belo Horizonte”, disse o secretário.
Além disso, diante da expectativa de aumento de demanda, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) vão receber um aporte de R$ 61 milhões. Já os municípios receberão R$ 32 milhões para auxiliar na atenção primária aos pacientes. O secretário também informou que 67 novos leitos foram qualificados pelo Ministério da Saúde em Minas, e que outros 21 foram habilitados.
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