Transporte coletivo

Sem reajuste, empresas de ônibus dizem que podem parar

Prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil disse que 'não tem reajuste enquanto não se abrir a caixa-preta da BHTrans'

Por Luciene Câmara
Publicado em 19 de dezembro de 2017 | 17:19
 
 
Em apenas dois anos, a tarifa do ônibus na cidade subiu 42,1% Foto: Pedro Gontijo – 30.12.2016

Diante do “não” do prefeito Alexandre Kalil, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) informou que o transporte coletivo da capital poderá ser prejudicado por causa da falta de condições das empresas de pagar os trabalhadores e de abastecer os veículos com óleo diesel. O presidente da entidade, Joel Paschoalin, não informou quando e onde o serviço poderá ser paralisado, mas disse que o risco é iminente.

“Nossa grande preocupação é começar a ter pontos de interrupção de serviço na capital por falta de capacidade de pagamento. Vai da situação financeira de cada empresa”, ressaltou Paschoalin. Ele lembrou que, recentemente, as empresas fizeram parceria com a prefeitura e adquiriram 70 ônibus com ar condicionado e suspensão a ar, o que não estava previsto em contrato. 

“O risco (de paralisação) é que 75% da nossa despesa é mão de obra e óleo diesel. Em novembro, arrecadamos 78% do nosso custo total. Em janeiro e fevereiro, o número de passageiros é menor por conta das férias. Nossa preocupação é que não vamos arrecadar na roleta nem o custo com mão de obra e óleo diesel”, completou o representantes das concessionárias.

O prefeito, por sua vez, disse que o problema é muito sério para ser resolvido antes de uma auditoria que revele exatamente a realidade das contas do setor. “Belo Horizonte transporta 30 milhões de passageiros por mês, mais de dez vezes o tamanho da população da cidade. Temos que abrir auditoria, os empresários que busquem seus direitos”, concluiu.