Escolas municipais de Raposos, na região metropolitana de Belo Horizonte, desde a última semana, servem de abrigo para moradores que precisaram sair de suas casas após a chuva.
Na Escola Municipal Maria Antônia de Souza França, dezenas de famílias dividem espaço enquanto não recebem um posicionamento sobre o retorno para os imóveis.
"Estava em casa com meus três filhos e marido, e a água começou a subir. Corremos para casa da minha mãe na parte de cima, mas não teve como salvar nada. Estou alojada aqui com os meus filhos e meu esposo", contou a dona de casa Maria Antônia Campos, de 50 anos, moradora da rua São Paulo, no bairro Várzea do Sítio.
Segundo os desabrigados que estão na unidade de ensino, a escola foi dividida para que todos possam se acomodar da melhor maneira possível. Homens dormem em uma sala, e, mulheres, em outra. A área do pátio e o banheiro são usados por todos.
Com um pouco de dor de cabeça e tomando um café, a aposentada Ana Rodrigues, de 66 anos, ficou sentada em um dos bancos da escola observando a movimentação.
"A gente assustou, né? Ninguém esperava que essa água fosse subir tão rápido. Os bombeiros passaram e pediram que a gente saísse. Saímos com a roupa do corpo. A gente perdeu tudo: sem colchão, sem roupa, guarda-roupa. A água levou tudo", contou.
A idosa lembrou que em 1997 outra enchente assustou moradores do local. "A enchente foi até o teto, mas ela não fez estragos igual a essa. O importante é a vida. Tem muita gente boa na vida, que estende a mão. Estamos sendo bem tratados aqui no grupo. A gente agradece quem dá força para nós", finalizou.