Em Belo Horizonte

Servidores ocupam hospital e reclamam de retirada forçada de pacientes

Cerca de 25 funcionários da saúde do Estado devem passar a noite na unidade ortopédica do Galba Velloso; eles protestam contra o fechamento do local

Por Ailton do Vale
Publicado em 08 de agosto de 2017 | 22:14
 
 
Unidade fica no bairro Gameleira, na região Oeste da capital Foto: Karina Alves

Indignados com a notícia do fechamento da unidade ortopédica do Hospital Galba Velloso, no bairro Gameleira, na região Oeste de Belo Horizonte, devido a problemas na estrutura de atendimento, um grupo de servidores da saúde ocupou o prédio da instituição na noite desta terça-feira (8).

O protesto teve início depois que sete dos nove pacientes que ainda estavam internados no local pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foram removidos pela Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig).

Segundo a diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde-MG), Neuza Freitas, alguns desses pacientes tinham cirurgias agendadas e não estavam em condições de receber alta. “Eles foram transferidos de forma arbitrária e não sabemos para onde foram levados”, lamenta a diretora. “Os dois que permanecem aqui resistiram. Falaram para a Fhemig que não vão sair e abdicar do tratamento que eles têm direito. Eles continuam recebendo nossos cuidados com todo o conforto possível”, ressalta.

A reportagem de O TEMPO tentou contato, por telefone, com o plantão da assessoria da Fhemig para que a fundação explique a remoção dos pacientes. Contudo, as ligações não foram atendidas. De acordo com o sindicato, cerca de 25 servidores devem passar a noite na unidade ortopédica do hospital. Eles pretendem ocupar o Galba Velloso até que a situação seja resolvida.

"Já estamos com colchões e lençóis e vamos receber comida. Não vamos sair daqui. Estamos lutando pela saúde da população. É um descaso o que a Fhemig está fazendo”, protesta Neuza.

Na unidade, conforme o Sind-Saúde-MG, eram realizadas 280 cirurgias e 1.000 atendimentos ambulatoriais por mês. O local tinha 80 leitos para internação.

Em nota divulgada no final de julho, a Fhemig informou que em função de questões levantadas pela Vigilância Sanitária, a fundação ,juntamente com a Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde, já vinha avaliando a viabilidade de adequações na unidade ortopédica do Galba Veloso para o aprimoramento do atendimento.

Entretanto, segundo a Fhemig, uma vez que a rede dispõe de outras unidades plenamente capacitadas para absorverem as cirurgias realizadas no Galba Ortopédico, a Fhemig está em planejamento para o fechamento da unidade.