Parcialmente interditada desde 27 de janeiro – quando Belo Horizonte foi atingida por um temporal que provocou estragos em vários pontos da capital –, a avenida dos Andradas, no trecho entre a alameda Ezequiel Dias e a avenida Francisco Sales, na região hospitalar, não tem previsão de ser liberada.
Embora a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) garanta que a estrutura da via permanece estável, o órgão não dá prazo para o desbloqueio das faixas (uma em cada sentido) e afirma que a medida foi adotada para monitorar os impactos das chuvas.
O fechamento das faixas à esquerda dos dois sentidos da via ocorreu após a força da enchente danificar nove vigas que compunham a estrutura de canalização do ribeirão Arrudas. Apesar de a Sudecap afirmar que não há perigo de colapso, a interdição da avenida dos Andradas assusta quem passa diariamente por lá.
O motorista de aplicativo Frederico Barbosa, 41, admite que tem medo de trafegar pelo local. “Já evitei de passar por aqui várias vezes por causa dessa rachadura na via. Essa obra já deveria estar pronta há muito tempo”, critica.
Mesmo passados 48 dias, a Sudecap não tem data certa para reinstalar as vigas e liberar o trânsito. O órgão da Prefeitura de Belo Horizonte informou que a obra deve custar R$ 1,8 milhão e tem previsão de ficar pronta ainda no primeiro semestre. Para que isso ocorra, no entanto, a superintendência disse que aguarda a liberação de recursos do Ministério do Desenvolvimento Regional.
Tráfego
Para o especialista em engenharia de trânsito e transporte Márcio Aguiar, a interdição pode causar sérios problemas para o tráfego da capital. “Certamente, por ser um ponto crítico, deve estar provocando congestionamentos em vários pontos da cidade, e sem previsão (de solução). É preciso ver o que está sendo feito em termos de desvios para os motoristas”, ressalta.
A Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte informou que não estão sendo indicados desvios, já que apenas uma faixa em cada sentido está interditada.
Retenção atinge 300 metros
De acordo com a BHTrans, cerca de 55 mil veículos circulam diariamente por toda a extensão da avenida dos Andradas.
Mesmo que os cerca de 300 metros interditados representem apenas 3% dos 7,7 km da via, o especialista em transporte e trânsito Márcio Aguiar aponta que o impacto é grande, já que o trecho recebe a maior parte do fluxo de veículos que trafegam pela avenida.