Fria e seca. É assim que a polícia descreve a personalidade de Dayse Amâncio dos Reis, 20, que é suspeita de ter espancado o seu próprio filho até a morte na região de Venda Nova, em Belo Horizonte. Nathan Henrique Amâncio Oliveira, de 1 ano e 7 meses, já chegou sem vida ao Hospital Risoleta Neves, na mesma região, no último domingo (5). Após exames no Instituto Médico Legal (IML), foi confirmado que ele foi vítima de agressão. O garotinho teve hemorragias internas que afetaram o fígado, os rins e o cólon.
A suspeita foi apresentada à imprensa na tarde desta terça-feira (7). "Foi um crime de ambiente doméstico, que os indícios apontam que realmente foi a própria mãe dessa criança quem a assassinou. Ela nega a agressão, mas entrou em diversas contradições em seu depoimento”, disse o delegado Alexandre Oliveira Fonseca, responsável pelas investigações.
Primeiro Dayse disse que a criança se engasgou. Depois, a mulher supôs que Nathan poderia ter se machucado durante a tentativa de reanimação dela. “Apesar dessas falas, o atual companheiro dela, que foi quem resgatou o menino, acabou comentando algo curioso. Segundo ele, quando estava no banho, ouviu barulhos estranhos. Quando ele chegou no quarto da criança, a viu com uma respiração fraca, muito abatida e a levou para o hospital”, contou o delegado. O companheiro de Dayse também está sendo investigado.
A polícia ainda não sabe precisar qual foi a agressão sofrida, mas acredita-se que foram pancadas fortes na região da barriga. O suposto motivo do crime pode estar relacionado com a pensão da criança. “Segundo esse companheiro dela, desde que os dois começaram a se relacionar, o pai do menino parou de dar a pensão. Então acreditamos que a mãe, que provavelmente estava sob uso de drogas, quis se vingar do pai batendo na criança”, acrescentou o delegado.
Velório
O clima era de revolta entre os familiares do pequeno Nathan durante o velório da criança, na manhã de ontem, no cemitério Belo Vale, em Santa Luzia, na região metropolitana. A hostilidade contra o crime era compartilhada tanto pela família do pai quanto pela da mãe do menino.
“Fico até sem palavras para dizer sobre o que eu sinto. Matar uma criança, e ainda por cima o próprio filho, não tem perdão. Isso é coisa de psicopata”, disse a avó paterna do menino, que pediu para não ser identificada. A própria família da criança, é quem procurou o Super Notícia para falar sobre o caso. “Algo como isso tem que ser exposto e ela tem que pagar por tudo o que fez”, acrescentou a avó paterna.