Difusão

Técnica tem origem na Austrália 

Programas de intercâmbio em que voluntários ajudam nos locais ampliam alcance da proposta

Por José Vítor Camilo
Publicado em 13 de março de 2016 | 03:00
 
 
Ligação. A comunhão entre o ser humano e o meio ambiente que o cerca é um dos princípios básicos da permacultura desde sua criação Picasa

Em um intervalo de 46 anos, a permacultura saiu da Austrália e se difundiu por todo o planeta, existindo atualmente milhares de sítios, vilas e comunidades que aplicam e ensinam o conjunto de conhecimentos que defende a sustentabilidade na integração entre o ser humano e o meio ambiente.

Para a alegria de aventureiros amantes da natureza, inúmeras delas trabalham com o chamado “work exchange”, uma espécie de intercâmbio, quando a pessoa vive por um período na comunidade e, em troca, trabalha por cerca de seis horas diárias, colaborando, por exemplo, na manutenção das instalações, no cuidado com as plantações ou no tratamento de rejeitos.

Ajudas nas bioconstruções, marca registrada da permacultura, também são bem-vindas. “As técnicas que usamos só são possíveis de serem aplicadas com muita gente, então estamos sempre contando com voluntários”, diz Gustavo Barhuch, do sítio Entoá. “Além disso, ideias que usamos, como o máximo aproveitamento da luz natural nos imóveis e o uso de fontes de energia renováveis, sempre saem melhores quando várias pessoas dão suas propostas”, detalha Barhuch.

A ONG Permaculture Australia trabalha na última década com um programa de treinamento, apoiado pelo governo do país, para ensinar as técnicas em escolas e cursos. Além disso, eles foram um dos pioneiros no programa Trabalhadores Dispostos em Fazendas Orgânicas (WWOOF, na sigla em inglês), que reúne locais que recebem pessoas para trabalhar no campo. “Qualquer um entre 18 e 80 anos e de qualquer nacionalidade pode participar. A única exigência é que se tenha um nível mínimo de condicionamento físico, maturidade e independência suficiente”, explica Fern Rainbow, integrante do grupo.

Outras instituições de diversos países também contam com o WWOOF, oferecendo possibilidade de intercâmbio em lugares como os Estados Unidos, a França e, também o Brasil, onde existem mais de 200 comunidades diferentes onde se oferece estadia em troca de trabalho. Para mais detalhes, basta acessar www.wwoofbrazil.com e clicar em “Preview Host Farm”.

Minas Gerais

Intercâmbio. No Estado, a reportagem conseguiu localizar 25 instituições que recebem voluntários regularmente. Entre elas estão comunidades em cidades como São Thomé das Letras, Ibitipoca, Diamantina e Entre Rios de Minas.