Menos para limpeza e vigilância

UFMG suspende pagamento de água e luz para manter bolsas e projetos

Segundo a instituição, a medida será adotada devido a decreto federal que determina restrição à execução orçamentária de órgãos e entidades ligados ao Poder Executivo

Por Fernanda Viegas
Publicado em 05 de março de 2015 | 11:41
 
 

Os primeiros efeitos do corte orçamentário realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), logo na primeira semana letiva de 2015, é o fechamento de uma de suas portarias. De acordo com comunicado destinado a estudantes, professores e funcionários da instituição, cortes nos gastos com limpeza, vigilância e portaria, além da suspensão do pagamento das contas de água e luz, serão necessários devido a um decreto do Governo Federal que restringe a execução orçamentária de órgãos e entidades ligados ao Poder Executivo, até que a Lei Orçamentária de 2015 seja aprovada.

"Já vi uma portaria da engenharia, que sempre ficava aberta, fechada. Não há funcionários nela", contou o estudante de engenharia de controle e automação, Lucas Crespo.

Conforme o texto, assinado pelo reitor Jaime Arturo Ramírez, o contingenciamento expressivo é de 33% do orçamento de custeio previsto para 2015. "A publicação do referido decreto agrava a situação financeira, instalada nos meses de novembro e dezembro de 2014, nos quais houve redução substancial no repasse de recursos destinados às universidades federais. No caso da UFMG, essa redução alcançou cerca de 30 milhões de reais do orçamento previsto", explica o texto.

Ainda, a universidade decidiu por fazer cortes de pessoal ligados à administração central, resguardando as atividades acadêmicas.

Confira o comunicado na íntegra:

Comunicado foi enviado por e-mail para estudantes, professores e funcionários

A UFMG informou que o posicionamento da instituição é o que está no comunicado divulgado à comunidade acadêmica nesta quinta-feira (5).

Questionadas se a universidade poderá ficar sem o fornecimento de água e luz, por não pagar as contas, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) disse que não irá se manifestar sobre o assunto e a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) afirmou que não comentará o caso em função da confiabilidade entre cliente e fornecedor.

Atualizada às 12h04 do dia 6 de março de 2015