Cotas

UFMG veta 346 candidatos do Sisu que se autodeclaram negros ou deficientes

Pela primeira vez, candidatos que se inscreveram em programas de cotas passaram por uma procedimento complementar de “heteroidentificação racial

Por Pedro Ferreira
Publicado em 27 de fevereiro de 2019 | 15:08
 
 
UFMG veta 346 candidatos do Sisu que se autodeclaram negros ou deficientes Foto: Leo Fontes - 22.5.17

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) barrou a matrícula de 346 candidatos que se inscreveram no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para ocupar vagas de cota racial ou para pessoa com deficiência.

As listagens de matrículas confirmadas, em análise ou indeferidas dos candidatos que se inscreveram na modalidade de reserva de vagas, para cursos de graduação da UFMG, foi publicada na última segunda-feira na página Sisu UFMG.

De acordo com a UFMG, de um total de 3.595 candidatos classificados para o primeiro semestre letivo deste ano, e convocados para fazer registro acadêmico presencial, que aconteceu entre os dias 15 e 19 deste mês, 965 se inscreveram para ocupar vagas de cota racial, sendo 73 para as vagas de pessoa com deficiência.

Em Belo Horizonte, dos 842 estudantes que compareceram ao registro, 525 tiveram sua matrícula confirmada, e 327, indeferida. Em Montes Claros, dos 43 candidatos que compareceram, 24 tiveram o registro acadêmico confirmado, e 19, indeferido.

Pela primeira vez, neste ano, os candidatos que compareceram para o registro acadêmico presencial passaram por um procedimento complementar de “heteroidentificação racial”, que é uma junta composta por cinco pessoas (professores, funcionários e alunos da UFMG), que analisa as características físicas dos cotistas, observando aspectos como cor da pele e textura dos cabelos. “A comissão avaliou o fenótipo de cada candidato e decidiu se ele tinha características fenotípicas associadas à população negra”, explica o presidente da Comissão Permanente de Ações Afirmativas e Inclusão da UFMG, professor Rodrigo Ednilson.

Os candidatos que se autodeclaram indígenas também passam pela junta de avaliação. Já os candidatos com deficiência são atendidos pelo Núcleo de Acessibilidade e Inclusão.

“O indeferimento da matrícula pode ocorrer por diversos motivos, como inconsistência na documentação apresentada para comprovação de renda familiar, de procedência de escola pública, e não atendimento a critérios avaliados pela comissão de heteroidentificação racia,l ou pela banca de verificação para pessoas com deficiência”, esclarece a UFMG.

Ainda de acordo com a universidade, os candidatos que tiveram a matrícula indeferida podem entrar com um recurso na própria UFMG, até sexta-feira (1º de março), ou no dia 7 deste mês, quinta-feira da semana que vem. Eles vão passar por outra comissão, que também vai avaliar suas características fenotípicas.

Indígenas

Os estudantes indígenas não foram submetidos a heteroidentificação racial, pois deveriam apresentar documentos comprobatórios de pertencimento a povos indígenas, emitidos por três lideranças indígenas.

Deficientes

Na capital, dos 52 candidatos a vagas para pessoa com deficiência que compareceram ao registro acadêmico presencial, 26 tiveram o pedido deferido, e 26, indeferido. Em Montes Claros, três dos sete estudantes que compareceram tiveram o registro deferido pela banca verificadora, e os outros quatro, indeferido.

Chamadas


Neste ano, a UFMG vai selecionar, por meio da primeira edição do Sisu, 3.595 candidatos para o primeiro período letivo e 2.744 para o segundo, visando preencher 6.339 vagas em 90 cursos de graduação.

As convocações de lista de espera são anunciadas exclusivamente no site Sisu UFMG. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail: duvidaregistro@drca.ufmg.br.

Com informações da UFMG